domingo, 9 de junho de 2013

Lei de Incentivo é alternativa para Santos viabilizar novo CT da base


O Santos vê como prioridade para os próximos anos a construção de um novo e amplo CT para as categorias de base - que deve custar em torno de R$ 25 milhões, nos moldes desejados pelo clube. Uma das ideias é investir parte do que foi obtido com a venda de Neymar para o Barcelona. Outra possibilidade é seguir os passos dos rivais Corinthians e São Paulo e enquadrar um projeto na Lei de Incentivo ao Esporte - uma alternativa que pode segurar os recursos oriundos da negociação do astro para contratação de reforços e que se tornou possível com a liberação da Certidão Negativa de Débito (CND), no final de maio.


Joshua, filho de Pelé, treina no CT Meninos da Vila (Foto: Luis Paes / Globoesporte.com)CT Meninos da Vila, do Santos, deve ser substituido por unidade mais ampla no futuro (Foto: Luis Paes)


O processo não é tão simples, já que não basta ter o projeto aprovado. Os recursos orçados têm de ser captados junto a pessoas físicas e empresas. Às vezes, ocorre da agremiação não arrecadar os fundos necessários para a obra e a mesma não vingar. No site do Ministério dos Esportes, por exemplo, são inúmeros os projetos com prazos para captação esgotados sem que a meta tenha sido alcançada - alguns, aliás, referentes a times de futebol.


O desafio é considerável, na visão do especialista em direito e marketing esportivo ouvido pelo GLOBOESPORTE.COM, Carlos Júlio Pierin. Para ele, no entanto, a perspectiva de se captar recursos que não estavam previstos no orçamento do clube para investir em um projeto que visa o futuro da agremiação não pode ser ignorada.



As perspectivas são inúmeras. Não só pensando na estrutura física, mas englobando a capacitação de profissionais para atuar no espaço, na promoção do esporte como um todo"


Carlos Júlio Pieirin, especialista em

direito e marketing esportivo



- É uma grande possibilidade legal de você investir em uma estrutura que vai te dar um retorno a longo prazo. As perspectivas são inúmeras. Não só pensando na estrutura física, mas englobando (no projeto) a capacitação de profissionais para atuar no espaço, na promoção do esporte como um todo. E falamos de um clube como o Santos, que tem expectativa grande de sucesso (na captação) - diz Pierin.


A perspectiva também é bem vista sob o aspecto da imagem do clube, na opinião do gerente de marketing do Santos, Armênio Neto.


- Isso nos dá a condição de desenvolver atitudes e projetos com a fábrica de talentos que é o Santos, pois abre um caminho importante. Acho que é um grande ganho para a marca, já que reforça componentes como juventude e arrojo. Há, também, reflexos no caixa do clube, pois isso significa menos gastos com contratações, o que reforça o DNA da marca, atraindo torcedores por meio da identificação com a base. É um circulo virtuoso - diz Armênio.


Vice-presidente do Santos, Odílio Rodrigues também vê a Lei de Incentivo como uma das vias para construção do CT, mas admite que o clube também estuda outras possibilidades. Segundo o dirigente, desde a obtenção da CND, o Peixe tem sido procurado por empresas interessadas em desenvolver projetos para captação de recursos.


Em vigor desde 2006, a Lei de Incentivo ao Esporte permite que pessoas físicas deduzam até 6% do valor do imposto de renda devido em apoio a projetos que sejam aprovados no Ministério dos Esportes. O desconto para pessoas jurídicas é de até 1%, com base no lucro real. Se o projeto for aprovado, o clube tem pelo menos dois anos para fazer a captação. De acordo com Pierin, a entidade deve apresentar orçamentos de cada item a ser adquirido para justificar a quantia a ser orçada e inclusive abrir licitações para as obras.