A Federação Paulista de Futebol prometeu investigar a relação íntima que os clubes de São Paulo possuem com suas respectivas torcidas organizadas. De acordo com o presidente da entidade, Marco Polo Del Nero, dirigentes esportivos serão convocados para explicar as regalias que integrantes de uniformizadas recebem de suas diretorias.
Uma das motivações da federação foram as declarações do presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, que admitiu publicamente que o clube concede benefícios às organizadas. O dirigente alviverde resolveu cortar a relação com tais facções de forma preventiva após torcedores agredirem jogadores em Buenos Aires.
- Temos que saber o que está passando de verdade. Mas quando um presidente coloca sobre a mesa um problema que ele enfrenta face a administrações anteriores, há necessidade de tomar providências - disse Del Nero.
Marco Polo Del Nero afirmou que os benefícios dados pelos clubes às organizadas é ilegal. O dirigente questionou os benefícios deste tipo de torcida para o futebol.
Torcidas organizadas estão na mira
(Foto: Daniel Romeu / globoesporte.com)
- Ele está começando a cumprir o Estatuto do Torcedor, que impede que dirigentes esportivos deêm ingressos ou ajudem torcidas organizadas. Os dirigentes precisam se afastar dessas torcidas. Até porque elas só criam problemas - disse o dirigente.
A relação entre clubes e torcidas organizadas entrou em evidência após a morte de Kevin Espada, torcedor do San José, em partida contra o Corinthians, em Oruro, na Bolívia, pela Taça Libertadores. O jovem, de 14 anos, foi atingido por um sinalizador marítimo supostamente lançado por um integrante de uma facção uniformizada do Timão. Após o incidente, o presidente corintiano, Mário Gobbi, negou que o clube favorece ou dê ingressos às organizadas.