Apesar de time próprio, Santos parceria com Lar
das Moças Cegas continu (Foto: Divulgação / LMC)
No começo do ano passado, o Santos encerrou as equipes profissionais de futsal e futebol feminino. Aos poucos, no entanto, o clube vai retomando o apoio a outras modalidades. Após surfe (Alejo Muniz) e até skate (Kelvin Hoefler), o Peixe decidiu entrar e cabeça no goalball, esporte praticado por deficientes visuais e para o qual já mantinha uma parceria com o Lar das Moças Cegas (LMC), de Santos, na qual fornece o equipamento esportivo à equipe. No começo do mês, o Alvinegro firmou contrato com alguns dos atletas da entidade santista e, a partir de agora, terá dois times próprios - um masculino, outro feminino.
- Pode-se dizer, agora, que o time de goalball do Santos é profissional. Os jogadores possuem um contrato como atletas, com registro em carteira profissional. Não conheço no Brasil, quiçá no mundo, um clube que apoie esse esporte desta forma. Acho, inclusive, que não há nenhum atleta profissional de goalball no País - destaca o técnico da equipe masculina do Peixe, Danilo Rong.
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Mesmo assim, a parceria entre Santos e LMC, firmada em 2006, permanece. Tanto os jogadores contratados pelo Peixe como os que permanecem vinculados a equipe da entidade continuam treinando juntos no ginásio do Lar. Além disso, os times masculino e feminino da instituição - que representando o Alvinegro Praiano, já conquistaram cinco títulos paulistas, em sete edições - seguem recebendo material esportivo do clube.
A estreia do Santos no goalball está prevista para maio, no classificatório regional da Copa do Brasil da modalidade. É quando pode ocorrer uma situação inusitada: o Peixe encarar o próprio Lar das Moças Cegas. Inusitada não pelos atletas treinarem juntos, mas pelos técnicos serem os mesmos - Danilo Rong comanda as equipes masculinas do Alvinegro e do LMC, enquanto José Mauro Neri é responsável pelos times femininos.
Parceria entre Santos e LMC teve início em 2006(Foto: Lincoln Chaves / Globoesporte.com)
- O Santos entra como um time "novo", então inicia o Campeonato Paulista na Série B, enquanto o LMC já está na Série A. Mas o Brasileiro é aberto, e a etapa regional reúne as equipes interessadas em buscar uma vaga no campeonato. Então, pode ser que aconteça essa situação. Mas nós (treinadores) temos auxiliares e uma parceira muito boa. Não tem problema revezar - garante Rong.
Vice-presidente do Santos (e mandatário em exercício, já que o presidente Luis Alvaro Ribeiro está internado em São Paulo), Odílio Rodrigues destaca o fator social da integração dos atletas ao quadro de funcionários do clube.
- Há dois aspectos. Um é o reconhecimento do Santos a esses atletas, e outra é o atendimento a legislação trabalhista, sobre percentual de funcionários com deficiência. Por que não tornar os atletas, que já representam o clube, nossos colaboradores? É um projeto de grande importância, do ponto de vista social, que fortalece ainda mais a parceria (com a instituição) - conclui.
