terça-feira, 12 de março de 2013

Na Briosa, goleiro recorda Neymar na base santista: 'Era o palhaço do time'


Hailson, goleiro da Portuguesa Santista (Foto: Divulgação / E5 Comunicação)Hailson, goleiro da Briosa, recorda jeito brincalhão

de Neymar (Foto: Divulgação / E5 Comunicação)


Decisivo dentro de campo, brincalhão fora dele. Características que definem Neymar , principal jogador brasileiro na atualidade. O jeito de ser do atacante, no entanto, não é algo que surgiu com o sucesso no futebol, mas que o acompanha desde muito cedo, quando o camisa 11 ainda defendia a base do Santos. Quem garante é um dos tantos meninos que atuaram ao lado do astro no passado. Trata-se de Hailson, goleiro que surgiu no Alvinegro, passou pelo futebol do Catar e, neste ano, está de volta a Santos para jogar na Portuguesa Santista.


Hailson chegou ao Santos em 2005. Nascido em Cuiabá (MT), ajudou um time local, de nome "Búfalo Gil", a alcançar a final de um campeonato sul-americano infantil, destacando-se em uma disputa de pênaltis justamente contra o Peixe. O desempenho chamou atenção da comissão técnica santista, que o convidou para defender o Alvinegro. Proposta aceita.



Na Vila Belmiro, Hailson conheceu Neymar, então com 13 anos. Desde então, o atual camisa 11 do Peixe já impressionava com gols, habilidade e muito bom humor.


- Dentro de campo, decidia os jogos. Fora dele, era o palhaço do time. Não parava quieto. Só não mexia comigo porque eu era muito tímido, caladão, ficava na minha - recorda.


Neymar já era inspiração da garotada, mas Hailson tinha um ídolo em especial, que também vestia a camisa do Santos à época: Fábio Costa.


- Eu me espelhava muito nele. Embora não devesse, devido ao temperamento difícil (risos). Não era o nome mais indicado para ser um "espelho" mas eu o admirava demais - revela.


Do Catar para Ulrico Mursa


Do Santos, Hailson decidiu se aventurar no Catar. Durante o Campeonato Paulista Sub-20, em 2011, o goleiro chamou atenção de representantes do Al-Shamal, que lhe pediram um DVD e fizeram uma proposta considerada "tentadora", com direito a quatro anos de contrato. A oferta foi logo aceita, mas o brasileiro ficou apenas uma temporada no Oriente.



Nunca tinha visto, em toda a minha vida, alguém comer arroz com canela. Até gostava de um ou outro prato, como a carne de carneiro. Mas é muito cara em relação ao preço daqui"


Hailson, sobre a vida no Catar



- Era diferente, mas me acostumei. Só não consegui me adaptar a cultura de lá. Era tudo estranho. Não podia ficar sem camisa, por exemplo. Mas o que mais incomodou foi mesmo a alimentação. Nunca tinha visto, em toda a minha vida, alguém comer arroz com canela. Até gostava de um ou outro prato, como a carne de carneiro. Mas é muito cara em relação ao preço daqui. Não conseguia comer direito - conta, ressaltando, ainda, a saudade da família.


- Eu morava sozinho. Os poucos brasileiros do time eram casados, não costumavam sair de casa. Ficava muito só. Certo dia, liguei para o meu pai e desabafei. Ele me aconselhou a falar para os dirigentes e foi o que eu fiz. Eles me entenderam e me liberaram. Foi lá que aprendi a me virar sozinho e virei homem de verdade. Tive que amadurecer muito cedo - completa.


Na Portuguesa Santista desde o início do ano, Hailson projeta ver a equipe na briga pelo acesso no Campeonato Paulista da Segunda Divisão. A Briosa estreia no próximo dia 28 de abril, no Estádio Espanha, contra o Jabaquara.


- O projeto é bom. Vamos em busca do acesso. Se tudo ocorrer bem, quero ficar e ajudar o time a colocar a Portuguesa em seu devido lugar, que é a elite do futebol paulista e também brasileiro - conclui.