Com David Beckham puxando a fila, nomes como Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e, principalmente, Neymar evidenciam o poder do marketing pessoal no esporte
Por Marcella Martha
"Jogadores de futebol atualmente não podem mais ser vistos apenas como atletas – eles se tornaram poderosas marcas internacionais."
As palavras de Amar Singh, editor chefe da Goal.com Europa, explica boa parte dos nomes que aparecem na lista dos Mais Ricos. Como maiores jogadores da atualidade, grandes vencedores e nomes que estão fadados a entrar para a história do esporte, Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, com salários altíssimos que visam mantê-los felizes e satisfeitos nos seus clubes, e as dezenas de contratos milionários de patrocínio com empresas que pretendem associar suas marcas aos rostos mais reconhecidos do futebol atual, são duas figuras que se espera que liderem qualquer lista das maiores fortunas do futebol.
Entretanto, o número um ainda fica com um jogador que, pode-se dizer, construiu seu nome internacionalmente muito mais fora do campo do que dentro. Mesmo tendo passado anos longe de níveis mais competitivos de futebol até assinar com o Paris Saint-Germain – onde não irá receber nada em salários ou contratos de imagem, já que tudo será doado para instituições de caridade na França -, David Beckham ainda é o jogador mais rentável do futebol mundial. “A fortuna que David Beckham acumulou e continua a acumular é uma prova de como ele continua sendo um nome de forte apelo, porque se por um lado sua aposentadoria parece estar cada vez mais próxima, sua capacidade de fazer dinheiro não dá sinal nenhum de estar diminuindo,” diz Alex Miller, editor da lista.
OS BROS BRASILEIROS ENTRE OS MAIS RICOS | |||
4 | ![]() | Kaka Real Madrid | R$232.75M |
5 | ![]() | Ronaldinho Atletico Mineiro | R$220.5M |
9 | ![]() | Rivaldo São Caetano | R$159.2M |
20 | ![]() | Robinho Milan | R$108.5M |
33 | ![]() | Neymar Santos | R$70M |
O mesmo pode ser dito sobre Ronaldinho Gaúcho. Anos em baixa, uma passagem turbulenta pelo Flamengo, muita desconfiança e até uma certa ironia por parte do torcedor brasileiro, e R10, além de se reencontrar com o futebol no Atlético-MG, continua sendo uma máquina de fazer dinheiro – mesmo recebendo um salário muito mais “modesto” do que em anos anteriores.
A arte de cultivar a própria imagem e saber investir o dinheiro é uma que também justifica a presença de Rivaldo em uma surpreendente nona colocação. Diferentemente de Ronaldinho, a tentativa deste ex-melhor do mundo de se reencontrar com o futebol de alto nível, no São Paulo, não foi muito bem sucedida. Nada que, entretanto, tenha afetado sua capacidade de acumular fortuna.
Primeiro brasileiro no ranking, em quarto lugar, Kaká ainda colhe os frutos dos anos dourados no Milan que o levaram ao Real Madrid como a segunda maior transferência do mundo na época. Na Espanha, Kaká nunca conseguiu recuperar o mesmo futebol que lhe renderam o título de melhor do mundo, mas sua imagem irretocável faze com que, mesmo em baixa, siga como um dos nomes mais rentáveis do esporte.
Robinho pode não ter conseguido se tornar o “novo Pelé”, pode até não ter conseguido engrenar no Real Madrid e no Manchester City, mas já esteve envolvido em três enormes transferências internacionais e, hoje, é um dos jogadores mais importantes do elenco do Milan. Durante a Era Dunga na Seleção, foi um dos homens de confiança do treinador. Tudo isso contribuiu para o acúmulo de uma enorme fortuna que coloca o brasileiro em uma posição intermediária na lista, mas extremamente confortável no geral, entre os 50 mais ricos do futebol.
Enquanto nomes como o de Andrés Iniesta, considerado terceiro melhor jogador do mundo em 2012 e um dos grandes destaques dos multi-campeões times de Barcelona e Espanha, sequer aparecem na lista, o último brasileiro a figurar entre os 50 talvez seja o mais impressionante de todos. Neymar é disparado o mais jovem dentre todos os jogadores do ranking, e o único que nunca atuou por um grande clube europeu.
De fato, se compararmos a trajetória de Neymar com as dos outros todos, a mera presença dele entre os 50 se torna ainda mais extraordinária. Antes mesmo de se firmar como um atleta de nível internacional, a marca Neymar já atingiu um patamar altíssimo. Se a joia santista confirmar seu potencial jogando no exterior e com a camisa da Seleção em torneios como a Copa das Confederações, em junho, e a Copa do Mundo, em 2014, é difícil imaginar onde a fortuna de Neymar irá parar.
No total, o Brasil só tem menos nomes na lista do que a Inglaterra, com 12 representantes, e a Itália, com seis. A Espanha, dos riquíssimos e laureados Barcelona e Real Madrid, campeã do mundo e de duas Eurocopas seguidas, tem os mesmos cinco representantes. Logo abaixo surgem a França, com quatro nomes, seguida por Holanda e Alemanha, com três. Argentina, Portugal, Irlanda, País de Gales, Suécia e República Tcheca tem um representante cada. Entre os países do continente africano, a Costa do Marfim tem dois nomes, enquanto Camarões e Gana tem um cada. Já os dois representantes asiáticos vem da Coréia do Sul e do Japão.
Dentre todos eles, apenas cinco atuam na América do Sul: um na Argentina (David Trezeguet, do River Plate) e quatro no Brasil (Seedorf, do Botafogo; Rivaldo, do São Caetano; Ronaldinho, do Atlético-MG; e Neymar, do Santos). Do total, apenas 11 não atuam na Europa – além dos cinco na América do Sul, dois estão na Ásia, três na MLS, a liga norte-americana, e um na Austrália.
