sábado, 30 de agosto de 2014

Diretor do Grêmio destaca campanha educativa e torce por pena mínima


Após as injúrias raciais, sofridas pelo goleiro Aranha , do Santos, na vitória por 2 a 0 sobre o Grêmio, nesta quarta, o duelo de volta está suspenso. A partida estava marcada para a próxima quarta, na Vila Belmiro. O Tricolor será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) na própria quarta e pode ser até excluído da competição.


Em entrevista ao , o diretor jurídico do Grêmio, Gabriel Vieira, condenou novamente a atitude daqueles torcedores, mas tem esperança de que o clube seja poupado pelo tribunal. De acordo com o dirigente, o Tricolor colaborou da melhor maneira possível com todas as autoridades depois do incidente.


- O Grêmio trabalhou muito nas últimas horas. É um fato lamentável, que o Grêmio repudia veementemente. É uma posição institucional. O Grêmio trabalha preventivamente, na questão de conscientização do torcedor. Infelizmente, às vezes não dá certo. Mas o Grêmio tratou de agir, conseguiu identificar os torcedores, colaborou com a autoridade policial, suspendeu quem fazia parte do quadro social do clube. O Grêmio está do lado de quem quer fazer justiça, de quem é contra o racismo. A Fifa fez uma Copa do Mundo no Brasil e pregou muito isso. O Grêmio é partidário desta bandeira e estamos trabalhando forte. Estaremos neste julgamento e vamos ver se o Grêmio faz um bom trabalho, para conseguir, pelo menos, uma pena mínima.


gabriel vieira advogado grêmio alan ruiz (Foto: Lucas Rizzatti/Globoesporte.com)Gabriel Vieira destaca campanha do Grêmio contra o racismo (Foto: Lucas Rizzatti/Globoesporte.com)


Gabriel Vieira lembrou todas as ações que o Grêmio faz para prevenir o racismo e que não é possível controlar as palavras das pessoas dentro do estádio.


- Temos, no mínimo, seis inserções no telão por partida, de temas referentes ao racismo. O Grêmio tem trabalhado muito forte nisso. São inserções no telão, no som, distribuição de panfletos, revistas da partida, tudo nesse sentido. O Grêmio age da maneira que pode para prevenir esse tipo de coisa. A gente não pode amordaçar o torcedor e impedir que ele fale. É uma questão mais de conscientização, do que de repressão.


torcedora gremio racismo aranha (Foto: Reprodução/ESPN)Torcedora do Grêmio ofende o goleiro Aranha, do

Santos (Foto: Reprodução/ESPN)


O diretor jurídico do Grêmio destacou que outros torcedores do clubes ajudaram na identificação dos acusados de injúria contra Aranha. O dirigente ainda destacou que, se condenado, o Tricolor pode sofrer grande prejuízo: financeiro e esportivo.


- A identificação da principal torcedora foi feita por redes sociais. As outras pessoas que fizeram parte das ofensas também foram identificadas através de denúncias anônimas. O clube trabalhou, agiu rápido. Isso mostra como o Grêmio quer trazer seu torcedor para perto, para que isso não aconteça mais. Veja o tamanho do prejuízo. Se o Grêmio se classificar, pode jogar até a final, jogando fora de seus domínios ou com portões fechados. O valor pecuniário é gigante e o valor esportivo é muito maior. Estamos trabalhando forte, mas é complicado, é difícil controlar. Em um estádio para 40 mil pessoas, alguns tiveram uma atitude dessa.


Gabriel Vieira destacou que os sócios identificados estão suspensos e correm risco de serem expulsos do clube.


- O Grêmio identificou todos que foram flagrados. Dois são sócios do clube e foram suspensos. Os demais não são parte do quadro oscilão. O Grêmio não pode, por questões éticas, divulgar o nome dessas pessoas. Nem mesmo o nome dessa menina foi o Grêmio quem divulgou, foi uma exposição pública, através de redes sociais. Estão todos suspensos preventivamente, até que haja uma exclusão posterior. É o que está no estatuto do clube.