A história de Léo no Santos está cada vez mais perto do fim. Com contrato até 30 de abril, o veterano voltou a vestir a camisa do Peixe na quarta-feira, no empate por 0 a 0 com o Mixto, na estreia do time na Copa do Brasil. Após a partida, o agora meia se emocionou com o retorno aos gramados, mas deu indícios de que não deve permanecer na Vila Belmiro a partir de maio.
- É uma alegria que só eu sei. Meus companheiros e o Oswaldo sabem o quanto eu sofri, o quanto eu treinei para chegar aqui e poder entrar em campo com 15 minutos ainda. Só em você não sentir dor, só em você ver que o seu joelho aguenta, que você com um pouco mais de ritmo pode ajudar... Eu não tenho palavras para descrever a minha felicidade – comentou o jogador após a partida que serviu como primeiro evento teste da Arena Pantanal.
Em Cuiabá, Léo voltou a se sentir valorizado pela torcida. No desembarque santista, teve o seu nome gritado pelos torcedores que acompanharam a chegada da delegação no Aeroporto Marechal Rondon. Na Arena Pantanal, causou frisson quando foi chamado por Oswaldo de Oliveira para ir a campo no lugar de Alison.
O carinho ajuda o veterano a “esquecer” a frustração de ter passado seis meses sem atuar. Antes do jogo contra o Mixto, sua última partida havia sido no dia 5 de outubro, na derrota por 3 a 0 para a Portuguesa, válida pelo Campeonato Brasileiro do ano passado. Depois disso, passou por uma intervenção no joelho direito e teve problemas durante a recuperação
- A direção confiou em mim para disputar o Campeonato Paulista. Só que eu tive um problema muito sério. Depois que operei o joelho, tive uma atrofia muito forte na coxa. Tive que recuperar essa massa muscular para poder estar aqui e desempenhar. Para mim, foi uma vitória pessoal de poder estar voltando.
Último jogo?
Léo pode ter se despedido contra o Mixto (Foto: Ricardo Saibun / Divulgação Santos FC)
O duelo contra o Mixto pode ter sido o último de Léo com a camisa do Santos. Até o fim do contrato do veterano, o Alvinegro Praiano terá pelo menos mais cinco partidas: enfrenta o Ituano duas vezes pelas finais do Paulistão, o Mixto pelo jogo de volta da Copa do Brasil e Sport e Coritiba pelas duas primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro. Em nenhum desses compromissos, porém, Oswaldo de Oliveira deve mandar a campo um time repleto de reservas como foi na Arena Pantanal.
- Independente de qualquer coisa, estou muito feliz. A gente (jogador e diretoria) vai conversar.
Técnico do Peixe, Oswaldo de Oliveira elogiou o comprometimento de Léo, mas fez mistério sobre seu futuro.
- O Léo é um jogador que está se recuperando. Ele teve essa oportunidade (contra o Mixto) e, se futuramente continuar progredindo, aí vou ter uma outra opinião.
O presidente Odílio Rodrigues também trata a situação com cautela. O dirigente não quer correr o risco de dar ao maior vencedor do clube após a era Pelé um tratamento desrespeitoso e se “queimar” politicamente.
- O contrato do Léo tem tempo para terminar. Ele tem um passado maravilhoso e é muito respeitado. A gente tem que fazer um jogo de despedida para ele e quer que o Léo, na hora que terminar o contrato e sair, seja reconhecido pelo Santos e pela torcida por tudo aquilo que ele fez e ainda faz pelo clube.
A cautela se justifica. Léo é o décimo jogador que mais vezes vestiu a camisa do Santos. Com 455 jogos e 24 gols, ele está a apenas duas partidas de Coutinho, o nono da lista. Além de Coutinho, só Tite, Clodoaldo, Edu, Dorval, Lima, Zito, Pepe e Pelé jogaram mais que o "Guerreiro da Vila", como ficou conhecido pela torcida.
Em duas passagens pelo Peixe, ele se tornou o atleta mais vitorioso do clube desde os inesquecíveis tempos de Pelé e companhia. Com a camisa alvinegra, ele conquistou dois Campeonatos Brasileiros (2002 e 2004), três Campeonatos Paulistas (2010, 2011 e 2012), uma Copa do Brasil (2010), uma Taça Libertadores (2011) e uma Recopa Sul-Americana (2012).