sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Fernando Silva vê "inversão de poder" após recuo de Modesto, que rebate


Pré-candidatos à presidência do Santos, Fernando Silva e Modesto Roma Júnior estiveram perto de fechar uma aliança inusitada - já que têm como "padrinhos", respectivamente, os rivais Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro e Marcelo Teixeira. As conversas encerraram na quarta-feira. Os concorrentes ao cargo de Odílio Rodrigues explicaram ao GloboEsporte.com as razões para o acerto não ser concluído.


As conversas iniciais envolveram Marcelo Teixeira e Celso Jatene, secretário de Esportes de São Paulo. Na última quinta-feira, uma reunião em São Paulo deu início às negociações. Na ocasião, Fernando apresentou a Teixeira as condições para que aceitasse a parceria: maioria no Comitê de Gestão e contratações de profissionais por méritos.


Na segunda-feira passada, numa pizzaria de Santos, novo encontro, desta vez reunindo tanto Fernando como Modesto, além dos principais nomes das bases. Com o avanço das conversas em Santos, os grupos se encontraram mais uma vez na terça-feira, em São Paulo. Na reunião, chegou a ser discutido até um possível evento, na quinta-feira, para o anúncio da parceria.


Montagem Candidatos Santos (Foto: Editoria de Arte)Modesto Roma e Fernando Silva quase firmaram aliança, mas conversas não tiveram sequência (Foto: Editoria de Arte)


- O Marcelo Teixeira me ligou e falou que estava disposto a conversar. Mesmo com as nossas antigas diferenças, aceitei. Na segunda, depois do papo (entre as bases), nos cumprimentamos, cantamos o hino... Estava tudo certo. Na terça, em São Paulo, foi sugerido soltar uma nota na imprensa, mas depois decidimos conversar com os respectivos grupos – disse Fernando, que encabeça a chapa Mar Branco.


Na quarta, porém, após uma reunião em uma universidade de Santos e depois de consultar as bases, Modesto (que seria o vice na eventual composição com Fernando) decidiu que a aliança com a chapa rival não ocorreria.


- Iniciamos um entendimento, só que chega em certo momento que o entendimento não avança, pois há posições antagônicas que não são de agora. É histórico. Fazemos política escutando as bases. Buscar coligações é muito legítimo neste cenário. A questão não está em cargos. Por mais que queiram vender algo diferente, foi questão de ideologia – falou Modesto, candidato pela chapa Santos Gigante.



Para Fernando Silva, a decisão de Modesto Roma evidenciou uma “inversão de poder”, já que, segundo ele, a articulação política vinha sendo feita por Marcelo Teixeira, principal apoiador do rival.


- Ficou claro que teve uma inversão de poder: o Marcelo liderou todas as conversas, propôs a união, mas o Modesto avisou que iria sozinho e não abre mão do cargo de presidente. Outras duas pessoas pressionaram o Modesto para desistir (da aliança), pois sabem que não teriam lugar cativo no clube – afirmou.


Modesto negou que Teixeira quisesse forçar a aliança e afirmou que a candidatura é dele e das bases, não de uma só pessoa. Ele disse que o ex-presidente não fecharia nada em seu nome.


- O Marcelo lançou meu nome, mas não é o dono da candidatura. Ela é da nossa base. Ele não ia fechar um acordo em meu nome. É um homem muito coerente, não teria essa postura. Agora, querem vender isso para desgastar a mim e ao Marcelo. Ele e o Celso não começaram a tratar para gerar tumulto – disse.


Cinco nomes estão na disputa pelo posto de Odílio Rodrigues: Fernando Silva, Modesto Roma Júnior, José Carlos Peres, Orlando Rollo e Nabil Khaznadar. As chapas têm até 20 dias antes da eleição para serem registradas.


*Bruno Giufrida colaborou sob supervisão de Lincoln Chaves