segunda-feira, 25 de junho de 2012

Apesar de assistências para gols, Elano demonstra desânimo no Santos




Há dez anos, Elano escrevia seu nome na história do Santos. Foi dele o gol que empatou em 2 a 2 a decisão do Campeonato Brasileiro de 2002, contra o Corinthians, e que praticamente assegurou o título nacional daquele ano ao Peixe - Léo, em seguida, ainda marcaria o terceiro tento santista na partida. Uma década depois, o meia vive seu momento mais difícil com a camisa alvinegra, e não é mais unanimidade - nem com a torcida, nem com a diretoria. O empate por 2 a 2 com o Coritiba, domingo passado, pelo Brasileirão, escancarou o quão delicada está a fase do jogador, inclusive junto ao grupo.


O ano, de forma geral, tem sido complicado para Elano. Um dos líderes do time campeão paulista em 2011 - quando, inclusive, foi artilheiro do Estadual -, o meia chegou a ser relegado ao banco de reservas durante o estadual e parte da Taça Libertadores da América deste ano, perdendo espaço para Ibson. Com só dois gols marcados nos 31 jogos em que atuou em 2012 (ambos diante do Bolívar-BOL, pelas oitavas de final do torneio continental, naquela que foi sua melhor atuação no ano), já teve até mesmo sua saída da Vila Belmiro cogitada - no começo do mês, o atleta foi especulado no Atlético-MG.


Diante do Coxa, contudo, Elano até teria razões para deixar o gramado ao menos um pouco "satisfeito". De seus pés, em cobranças de falta, saíram as assistências para os dois gols do Santos na partida. No primeiro tempo, o meia bateu o tiro livre no segundo pau, para a cabeçada de Edu Dracena. Na etapa final, lançou uma bola "venenosa" para a grande área e contou com o oportunismo de Neymar, que desviou de Vanderlei e marcou o segundo. O jogador - que atuou com a camisa 10 de Paulo Henrique Ganso, poupado - foi o responsável por quase todas as jogadas de bola parada.


Elano no treino do Santos (Foto: Ricardo Saibun / Divulgação Santos FC)Elano durante treinamento do Santos, no CT Rei Pelé (Foto: Ricardo Saibun / Divulgação Santos FC)


Mas foram justamente nos lances em que saíram os gols do Santos que o desânimo do meia ficou exposto. Após acertar o cruzamento na cabeça de Dracena e o Peixe chegar ao primeiro gol, Elano não chegou a comemorar e sequer olhou para o técnico Muricy Ramalho, mantendo-se longe dos demais santistas. Abraçado pelo lateral esquerdo Léo, deu um breve aceno a alguns torcedores, mas foi só. Cena semelhante foi vista após o gol de Neymar. O jogador outra vez não esboçou reação: virou as costas e retornou para o meio de campo. Novamente, coube a Léo afagar o amigo pela jogada.


Elano evitou a imprensa no intervalo e após a partida, deixando (outra vez) o gramado muito criticado pela torcida. O curioso é que, nos treinos de sábado no CT Rei Pelé, o jogador mostrou bom humor e encerrou as atividades do dia animado, acompanhado de Neymar, Léo e Vladimir (goleiro reserva). O meia até brincou quando foi "convidado" pelo presidente do Jabaquara (clube santista que disputa a quarta divisão paulista) a defender a equipe praiana, agradecendo o "convite" com um sorriso e uma piscadela. Nada que pudesse indicar qualquer tipo de desânimo - em especial, com o grupo.


Altos e baixos


Durante o jogo contra o Coritiba, Elano alternou bons e maus momentos. Com suas cobranças de falta, ofereceu pelo menos três lances de perigo à meta do Coxa. Logo no começo do segundo tempo, o meia bateu falta com precisão, tirando tinda do poste direito defendido por Vanderlei. Pouco depois, cobrou o tiro livre para dentro da área e Alan Kardec quase aproveitou, parando no reflexo do goleiro alviverde. No fim do jogo, em outra falta batida para a grande área, achou Neymar próximo à meta visitante, mas o gol do atacante foi evitado por Vanderlei.


Por outro lado, o meia tornou a movimentar-se pouco em campo. Alçado à titularidade na vaga de Ganso, Elano não conseguiu fazer as vezes de armador - coube a Neymar jogar mais recuado e assumir a função. Em algumas ocasiões, o meia chegou a perder a bola bolas ainda no campo do Coritiba e ceder contra-ataques ao rival. Além disso, nas duas chances de gol que teve - uma no começo do jogo e outra aos 17 da etapa final -, pegou muito mal na bola.


Após o jogo, o técnico Muricy Ramalho evitou polemizar sobre o momento do jogador, que já havia ficado fora da equipe titular na partida de volta das semifinais da Libertadores, diante do Corinthians. Naquela ocasião, o meia deu lugar a Borges.


- Não é minha linha discutir jogador publicamente. Tudo que a gente faz nesse sentido, é coisa interna - resumiu o comandante.


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