Alyson Gonçalo
Bruno Cassucci
Publicada em 26/06/2012 às 06:05
Santos (SP)
O Santos sentiu o baque da eliminação para o rival Corinthians, na Copa Santander Libertadores. O fim do sonho do tetra sul-americano, pelo menos nessa temporada, ainda não foi assimilado por jogadores, comissão técnica e até diretoria alvinegra. Prova disso é que, acostumado a dar entrevistas, o presidente do clube, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro decidiu se calar temporariamente.
– Peço um recesso. Tem momentos em que é preciso parar, fazer uma reflexão. Fiz isso quando caíram Dorival Júnior e Adilson Batista – disse o mandatário, ao LANCENET!.
A postura de Luis Alvaro é parecida com a dos atletas alvinegros, que têm evitado entrevistas e aparições públicas. O abatimento ficou evidente na partida contra o Coritiba, no último domingo. “Ousadia e alegria”, habituais no elenco, deram lugar a semblantes fechados e um clima mais pesado no vestiário.
Acostumado com uma rotina vitoriosa, com cinco títulos nos últimos dois anos e meio – três Paulistas, uma Copa do Brasil e uma Libertadores – o grupo se chateou com o mau momento e principalmente com as vaias após o último jogo.
– O elenco está muito incomodado. A eliminação não estava nos planos. A gente pensava em voltar à final da Libertadores e ao Mundial. Isso mexe muito com o grupo. Não adianta lamentar, tem de reagir. Não é normal o Santos sofrer como domingo. Agora, as dificuldades e cobranças serão maiores – afirmou o lateral Léo, à Rádio Estadão/ESPN.
Na base da conversa, Muricy Ramalho tenta recuperar a equipe para o restante da temporada. Porém, ele sabe que o passado só será “esquecido” com novas vitórias. Como o Peixe só volta a jogar domingo, contra a Portuguesa, no Canindé, a semana deve demorar a passar na Vila Belmiro...
Bate-Bola com Odílio Rodrigues, vice-presidente do Santos, em entrevista ao LANCENET!
Esse é o momento mais difícil enfrentado pela atual gestão?
No futebol, essas situações são esperadas. Em três anos, esse time ganhou praticamente tudo o que disputou. Inovamos, conquistamos títulos... a gente sabe que isso não dura eternamente. Depois de um período de vitórias é normal ter um desgaste, queda de produção...
Mas é a pior situação?
Não sei. A saída de Dorival Júnior, em 2010, exigiu equilíbrio, conduta firme. O atual momento é a mesma coisa. Mas estamos bem preparados e acreditamos em time, comissão técnica e planejamento.
O clube estava preparado para a eliminação? A derrota na semifinal atrapalha financeiramente?
No planejamento traçamos a disputa de títulos. Ganhar ou perder é um detalhe, queremos bom time. O orçamento não conta com prêmios. Além disso, os contratos de patrocínios são longos. Isso não afeta.
O Santos tem dinheiro para contratar ou irá apostar na base?
Se julgarmos necessário, vamos contratar. Não há um modelo único. Mas temos a base forte.
A Teisa ajudará? E o fundo de R$ 40 milhões, prometido na campanha?
A Teisa é um parceiro forte, que pode ajudar se o jogador tiver o perfil adequado. Ela está em fase de transição, para se tornar um fundo aberto. Esperamos ter o fundo regularizado ainda esse ano.