O caso das injúrias racistas contra o goleiro Aranha no jogo Grêmio x Santos, em 28 de agosto, em Porto Alegre, pela Copa do Brasil, gerou debate na reestreia do programa "Extraordinários". Torcedor do Grêmio, o escritor Eduardo Bueno, o Peninha, criticou o goleiro Aranha por não perdoado a torcedora Patrícia Moreira, flagrada xingando o camisa 1 do Santos de "macaco". E citou o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, que perdoou os responsáveis pela sua prisão durante 27 anos.
- Ele (Aranha) fez muito bem em denunciar (os xingamentos do macaco). Mas o que antecedeu a revolta da torcida. Ele ficou quatro minutos sendo atendido. Aí se recuperou. E, quando foi bater um escanteiro, caiu de novo (...) Ela (a torcedora) pediu desculpa e o cara não deu. E o Mandela não desculpou uma coisa muito pior? - disse Peninha, considerando que a ofensa foi no "calor do futebol" e que a torcedora "virou uma vítima absurda".
Aranha reclama com o árbitro das ofensas racistas
(Foto: Diego Guichard)
O jornalista Xico Sá e o humorista Hélio de la Peña discordaram de que o xingamento tenha sido algo "do calor do jogo"
- Foi a pele, a cor. Temos que acabar com essa história de que é no campo do futebol (...) Foi punido. E foi pouco - disse Xico.
Hélio de la Peña disse que rejeita a tese que no campo de futebol "podemos ser bárbaros". E também não considerou exagerada a punição ao Grêmio - a eliminação da Copa do Brasil.
- Ela (a torcedora) teve uma atitude racista (...). A coisa tem que começar em algum momento. Foram vários. Isso serve de exemplo (...) A pessoa sofre isso a vida inteira. E aí quando tem uma punição, é um exagero? Não. Em algum momento isso tem que ser punido, em algum momento tem que parar.