Nenê acertou com o Al Gharafa, do Catar
(Foto: Daniel Romeu/Globoesporte.com)
A negociação entre Santos e Nenê para acertar o retorno do atleta ao time que defendeu em 2003 virou uma novela arrastada e terminou com o jogador no Al Gharafa, do Catar. Após dois meses de indefinição, o meia-atacante de 31 anos do Paris Saint-Germain, da França, optou pela proposta considerada irrecusável da equipe do Oriente Médio, com a qual assinará por dois anos e meio. Antes de viajar rumo ao novo clube para fazer exames e formalizar o acordo, o atleta conversou com o GLOBOESPORTE.COM por telefone e esclareceu a demora para definir seu futuro.
Nenê soube da crítica do vice-presidente do Peixe, Odílio Rodrigues, sobre a sua postura, reclamando do desgaste que poderia ter sido evitado com uma resposta rápida. Odílio, inclusive, admitiu que passou pela cabeça dos dirigentes a hipótese de o atleta estar usando o Santos para se valorizar, mas Nenê rechaça tal possibilidade. O jogador diz que já tinha a oferta do Catar antes de sair de férias, atribui a demora pela definição à vontade de voltar a atuar na Vila Belmiro e pede desculpa aos torcedores.
- Queria que eles (Al Gharafa) aguardassem o máximo possível, pois minha indecisão era essa: queria voltar, mas perderia muito dinheiro. O tempo foi passando e tinha essa dúvida. Não foi nada para negociar mais alto, não usei o Santos. Tenho respeito por ele (Odílio). Podem ter pensado muita coisa porque demorou, mas faz parte. Eu estava realmente indeciso e querendo ir para o Santos, mas pensei no lado financeiro, pois a nossa carreira é curta. Se eu fosse usar, não teria esperado tanto. A proposta do Catar era muito acima. O coração queria voltar, mas no fim das contas isso pesou - explica.
- Agradeço o esforço que fizeram e à torcida do Santos pelos pedidos e o carinho. Peço desculpa por não ter sido dessa vez. Espero que na próxima oportunidade dê certo. Torço muito pelo Santos. Realmente foi uma decisão da razão, não do coração. Essa frase resume tudo - completa.
Nenê junto de Lucas em uma de suas últimas participações no Paris Saint-Germain (Foto: Reuters)
Para mensurar o tamanho da diferença entre as propostas, Nenê diz que um ano de trabalho no Catar seria mais ou menos o equivalente a três temporadas no Brasil. Assim como seu empresário Gilvan Costa, ele também lembra que os proprietários do PSG são do Catar, fato que colaborou para uma preferência pelo Al Gharafa.
Com o futuro definido pelos próximos dois anos e meio, o jogador quer cumprir o acordo e promete retornar ao futebol brasileiro no final do vínculo. Por isso, ele espera que a demora pela definição não o prejudique em uma eventual volta ao Santos.
- Espero que as portas estejam abertas para caso a chance ocorra novamente no futuro. A ideia é voltar depois desse contrato e na próxima vez não vai ter mais desculpa, pois já vou ter passado esse tempo tranquilo nesse lado (financeiro). De qualquer maneira vou voltar ao Brasil. Se for para o Santos, seria um grande prazer, mas se não, tenho que voltar, pois minha família está toda aí - finalizou.
Sem Nenê, que deseja jogar até os 38 anos e depois encerrar a carreira, o Santos mira o também meia-atacante Carlos Eduardo, liberado do Rubin Kazan, da Rússia, mas tem a concorrência do Flamengo no negócio. O empresário do jogador, Jorge Machado, promete definir o futuro do atleta de 25 anos até esta segunda-feira. Diferentemente do caso de Nenê, o agente diz que a decisão será pautada pela gestão de carreira do jogador, cuja vontade também é disputar a Copa do Mundo de 2014 com a Seleção.
