Nei está ansioso pelo acordo com o Santos
(Foto: Tomás Hammes / GLOBOESPORTE.COM)
Não há missão mais ingrata no atual futebol brasileiro do que ser o lateral-direito do time adversário do Santos. É dele a tarefa indigesta de marcar Neymar. Nei sofreu algumas vezes, enquanto atuava pelo Internacional. No dia 7 de março de 2012, na Vila Belmiro, o jogador foi vítima do craque santista, que marcou três gols na vitória do Peixe por 3 a 1, pela primeira fase da Taça Libertadores, com direito a duas obras-primas – uma delas foi concorrente ao Prêmio Puskas de 2012, mas perdeu para o eslovaco Miroslav Stoch, do Fenerbahçe.
Agora, com uma proposta para assinar por dois anos com o Alvinegro, o atleta, que deixou o Colorado em dezembro após três temporadas, tem a chance ter a seu lado o antigo algoz. Indicado pelo técnico Muricy Ramalho, Nei está próximo da Vila Belmiro.
- Nunca tinha visto aquilo. O Neymar pegou a bola antes do meio, driblou três e ainda fez o gol com uma cavada no Muriel. Ele é diferente e imprevisível. Se você marca a perna esquerda, ele tem a direita e vice-versa. É complicado. Ele é disparado o melhor do Brasil, joga com alegria e sorrindo. Faz com naturalidade o que ninguém consegue. É difícil marcá-lo. Agora, espero que dê tudo certo para podermos jogar juntos - deseja.
- Jogar no Santos é fácil: um time grande e de tradição, com títulos. Não só pela camisa e por ser onde o Pelé jogou, mas também pelo momento atual. Hoje, no Brasil, a maior visibilidade é o Santos pelo Neymar, e todos querem jogar lá - completa.
Nei repete o discurso do vice-presidente do Peixe, Odílio Rodrigues, de que a transferência para a Vila Belmiro está por detalhes. O jogador deixa tudo nas mãos do empresário Joseph Lee, mas adianta que, pelo que sabe, está “80% certo”.
Nei vem mantendo a forma em Bragança Paulista
(Foto: Diego Guichard/GLOBOESPORTE.COM)
- Faltam poucas coisas para fechar. Houve uma reunião com o meu empresário. Nos falamos e a conversa foi muito boa com o Santos. Eles estavam praticamente fechando os detalhes finais, mas não entro na parte burocrática - diz o jogador.
Ansioso pelo acordo, o lateral, de 27 anos, rasga elogios ao provável novo clube, cujas informações obteve com o goleiro Aranha, amigo desde os tempos de Ponte Preta, e com Arouca.
- As referências são muito boas. Conversei com o Aranha sobre o ambiente. Ele e o Arouca disseram que é um clube que paga em dia, pelo qual dá gosto de trabalhar. Todo atleta procura isso - afirma Nei.
Natural de Bragança Paulista, no interior de São Paulo, o lateral aprimora a forma física na cidade e garante que, com uma semana de treinamentos, fica pronto para entrar em campo. A proximidade da sua cidade a Santos, aliás, também o motiva a acertar, para ficar mais perto da família. Nei atribui o fim da sua estadia no Internacional à busca por novos desafios no futebol.
O jogador, por fim, aproveita para apresentar suas características aos torcedores que não o conhecem. Nei se diz um lateral por essência, e não um ala. Ou seja, ele gosta de defender primeiro e depois atacar. Ele destaca a força e a velocidade como principais qualidades e promete:
- Sou um cara que não vê bola perdida. Mesmo perdendo, o jogo só acaba depois dos 90 minutos. Dedicação e vontade nunca vão faltar – finaliza o lateral, que tem aptidão para faltas, mas prefere deixar a função para Marcos Assunção, a quem considera o melhor neste fundamento no Brasil.
Com a iminente perda de Bruno Peres para o Inter, o Santos conta atualmente com Galhardo e Maranhão para a posição.
