segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Pelo menos 12 devem ser indiciados por ameaças a dirigentes do Santos


Mosaico Protesto Santos (Foto: Editoria de Arte)Acorda Santista liderou manifestações contra o Comitê de Gestão do Santos (Foto: Editoria de Arte)


Pelo menos 12 torcedores devem ser indiciados pelas ameaças aos membros do antigo e do novo Comitê de Gestão do Santos na internet, segundo informou o delegado seccional de Santos, Aldo Galiano. O inquérito, que tem até o fim do mês para ser concluído, prevê a quebra do sigilo dos investigados, que teve acontecer dentro de duas semanas.


A investigação, que apura os crimes de incitação à violência, ameaça e delitos contra a honra, teve início na última semana. De acordo com os dirigentes do Alvinegro Praiano, as ameaças, feitas por meio de panfletos, faixas e mensagens em redes sociais, são de autoria do Movimento Popular Acorda Santista, que faz oposição à atual diretoria.


- Há um inquérito rolando. A gente vai pedir a quebra do sigilo do provedor para conseguir chegar à autoria das ameaças. Não é uma coisa demorada, mas depende de autorização judicial. Quatro conselheiros já foram ouvidos. Agora esperamos o juiz quebrar o sigilo dessas redes sociais. Acredito que, em 15 dias, amadurece. Pelo que temos de indício, 10 ou 12 pessoas são os "cabeças" da coisa - explica o delegado.


Ataque a carro de presidente pode ser encaixado na investigação


O ataque ao carro do presidente em exercício do Peixe, Odílio Rodrigues, na última quarta-feira, após o clássico contra o Corinthians, pode ser encaixado na investigação sobre as ameaças aos membros do Comitê de Gestão. Na oportunidade, o dirigente e sua família foram hostilizados por torcedores, que balançaram o veículo e tentaram quebrar seus vidros.


- É uma coisa à parte. O crime de danos só se procede mediante a representação. Ele (Odílio Rodrigues) tem que trazer pessoalmente. Se ele fez B.O. (Boletim de Ocorrência), tem que representar. Depende exclusivamente dele. É um crime correlato e pode ser anexado ao inquérito - comenta Aldo Galiano, referindo-se ao presidente, que ainda vai ser ouvido nesse caso.



Indiciados não deverão se presos


De acordo com Aldo Galiano, os indiciados pelas ameaças aos membros do Comitê de Gestão do Santos dificilmente serão presos, porque os crimes pelos quais foram denunciados são considerados leves. O mais provável é que sejam multados ou obrigados a pagar cestas básicas.


- Por enquanto, pelos crimes que são pedidos, a probabilidade (de prisão) é pequena, a não ser que a pessoa seja identificada, responda ao inquérito e continue fazendo ameaças - esclarece o delegado.


Apesar de não acreditar que os indiciados serão presos, Aldo Galiano quer ver o caso solucionado o quanto antes.


- É um caso complicado, e a gente quer resolver, porque nos preocupa a impunidade. A Copa do Mundo está aí. Se há impunidade... Mesmo que a pena seja pequena e possa ser convertida em cestas básicas, tem que ser didático, tem que ter punição, para ser exemplo. Caso contrário, não para - salienta.


Depredação de escritório de ex-membro do Comitê de Gestão segue sem solução


O inquérito que apura as ameaças aos membros da diretoria do Alvinegro Praiano não é uma novidade na Baixada Santista. Em agosto, o escritório do advogado Luciano Moita, então um dos integrantes do Comitê de Gestão, foi apedrejado poucos dias depois da goleada por 8 a 0 sofrida pelo Santos para o Barcelona, da Espanha. O caso foi denunciado à Polícia, mas ainda não foi solucionado.


- Chegamos a um ônibus, que teve a placa adulterada, e uma kombi, que foi vendida. Há também uma moto. Achamos o dono. Ela foi vendida e está bloqueada para interferência. Há possibilidade de encontrar os autores - revela o delegado Aldo Galiano.