Qualquer torcedor de futebol se empolga com o time à beira de um título, uma arrancada na competição, ou mesmo na briga contra o rebaixamento. Na grande maioria das vezes, há um fator que os motiva a ir ao estádio e torcer para seu time. Mas o campeão de público de 2012 rema contra a maré. Depois de vencer a Libertadores, o Corinthians começou a competição com os reservas e lançou os titulares aos poucos, tratando como um laboratório para o Mundial de Clubes. Sem jamais lutar pelo título nacional da temporada, o Timão sempre teve o "bando de loucos" a seu lado. E, desta forma, fecha o ano com média de 25.222 torcedores por jogo, a maior entre todas as séries do Brasileirão, à frente de Santa Cruz, São Paulo, Grêmio e Sampaio Corrêa.
Torcida do Timão teve as melhores médias de público e renda (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
A adoção do molde europeu de associação de torcedores e compra antecipada de bilhetes têm garantido o sucesso nas arquibancadas em jogos do Corinthians. O sócio-torcedor paga uma anuidade (em planos a partir de R$100) que garante a preferência na aquisição de ingressos com desconto em setores específicos. O sucesso fica estampado no público que se vê no estádio. Na primeira rodada do campeonato, 14.791 pessoas pagaram ingresso para assistir a Corinthians x Fluminense, o jogo mais vazio do clube na competição.
- Acredito que o principal fator (do sucesso de público) é que a cada ano vem se consolidando o atendimento do Fiel Torcedor. Quando se inicia uma temporada, já há o preço de ingresso, sem aumentar nem diminuir de acordo com o apelo do jogo. O nosso principal objetivo é facilitar a vida de quem vai aos jogos e a gente tem mais de 100.000 associados. Quanto mais ele é frequente no estádio, mais consegue comprar antes dos outros - explicou Lúcio Blanco, diretor de arrecadação do Corinthians. O clube terminou também com a melhor renda entre os clubes da Série A, média de R$ 742.530,68 por jogo.
Apaixonado como poucos, o torcedor do Santa Cruz fez bonito em 2012 nas arquibancadas. Com o time na Série C, uma média de 24.347 pessoas foram ao Arruda nas nove partidas que o Tricolor disputou na competição. A precoce eliminação ainda na primeira fase evitou que os adeptos pudessem atingir marca ainda mais expressiva. Campeão invicto da Série D, o Sampaio Corrêa também deu show. Foram oito jogos como mandante na competição e uma média de 19.527. O número poderia ser ainda maior, já que o Castelão só foi reinaugurado nas oitavas de final, com 40.000 pagantes para assistir a vitória por 4 a 1 sobre o Vilhena.
Estádio Castelão lotado pela torcida do Sampaio Corrêa, campeão da Série D (Foto: Biaman Prado/O Estado)
Na Série B, a massa rubro-negra empurrou a equipe até o fim e o Vitória conseguiu o acesso à elite do futebol brasileiro com uma média de 16.192 torcedores no Barradão, a nona maior entre todos os times do Brasil. O campeão Goiás, na arrancada final, também lotou o Serra Dourada, alcançando média de 14.185 ao longo da competição.
No entanto, o maior público do ano veio da Série A. O torcedor do São Paulo se mobilizou para assistir a estreia de Paulo Henrique Ganso e empurrar o time para garantir uma vaga na Libertadores pelo Campeonato Brasileiro. O resultado é que 62.207 pessoas pagaram ingresso para assistir à virada do Tricolor sobre o Náutico por 2 a 1. O clube ainda fechou como a terceira maior média entre todos no Brasil.
Gremistas se emocionaram na despedida do
Olímpico (Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA)
O torcedor do Grêmio, que se despediu do Estádio Olímpico no último domingo com 43.104 pagantes no empate diante do Internacional, merece menção honrosa. Além da quarta melhor média de público no campeonato, os gremistas compareceram em grande número na maioria das partidas em casa, que normalmente teve número de torcedores presentes bem superior aos que pagaram ingressos, graças às promoções feitas pela diretoria do clube.
Sem o Mineirão, a torcida do Atlético-MG empurrou o time ao vice-campeonato na Série A. Levando em consideração a capacidade do estádio Independência, que comporta lotação 23.018, o Galo teve a melhor ocupação média em seus domínios, preenchendo 79% do máximo permitido pelo estádio ao longo do Brasileirão.
Por outro lado, o Cerâmica, na Série D, teve a pior média entre os 100 clubes que disputaram as quatro divisões do país. Com melhor público de 52 pagantes e menor de 24 torcedores, o time do Rio Grande do Sul fechou o ano com média de 39 pessoas por jogo, nas quatro partidas que disputou na competição. Foram duas vitórias, um empate e uma derrota em casa.
Confira abaixo o ranking com as 20 maiores médias de público em todas as séries do Campeonato Brasileiro. Vale lembrar que apenas o número de torcedores pagantes foi levado em consideração, com base nos borderôs das partidas divulgados pelo site da CBF. Até o fechamento da reportagem, os documentos de Águia x Santa Cruz, pela 19ª rodada da Série C, e São Caetano x Ipatinga, pela 32ª rodada da Série B, não foram divulgados.