sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Há 66 anos, Santos FC jogava no Natal e no Ano Novo durante excursão pelas regiões Norte e Nordeste


Poucos clubes brasileiros têm a primazia de terem jogado no dia de Natal e também no primeiro dia do Ano Novo. O Santos FC tem essa honra: jogou no dia 25/12/1946, empatando com o Ferroviário FC em 2 a 2, no Estádio Getúlio Vargas, em Fortaleza, e atuou no dia 01/01/1947, novamente diante do Ferroviário, vencendo por 4 a 0.


Essas partidas aconteceram quando o time foi aclamado como o “Campeão do Norte”. O Peixe realizou em território brasileiro, a sua mais longa excursão de que se possa imaginar. Foi no período de 27/11/1946 a 07/02/1947, no qual a delegação santista esteve viajando pelo Norte e Nordeste brasileiro. Esta foi a primeira vez em que o clube viajou de avião saindo de São Paulo e indo para Recife a bordo da Transcontinental. O retorno também foi por via área de Belém a São Paulo pela Aerovias Brasil.


Essa longa excursão foi autorizada pelo presidente Athié Jorge Coury, que incumbiu a Acácio de Paula Leite Sampaio, vice-presidente de Administração e Patrimônio, como chefe da delegação. O time tinha como técnico o saudoso Abel Picabéa.


O time praiano jogou em cinco estados: Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão e Pará. Foram 15 partidas, com 12 vitórias e três empates, marcando 52 gols e sofrendo 17. Participaram da viagem os seguintes jogadores: Artigas, Expedito, Nenê, Dacunto, Castanheira, Pirombá, Canhoto, Caxambu, Adolfrises, Rui, Dinho, Alfredo, Ayala, Zeferino, Maracaí, Antoninho, Leonaldo e os goleiros Osny e Zezinho.


Essa longa e exaustiva viagem aos estados do Norte/Nordeste motivou o brilhante jornalista De Vaney a publicar a Revista do Santos Football Club da qual extraímos o texto abaixo, que relata a chegada da delegação a cidade de Santos:


“Foi um delírio, quando a multidão sentiu que os componentes da embaixada já de regresso, iam se aproximando.


Atroaram foguetes. Ribombaram morteiros,


A frente, explodindo com fragor os seus motores, vinham os motociclistas do Santos Moto Clube, capitaneado por Luiz Bezzi, campeão brasileiro.


Desde o “Cruzeiro” no além Cubatão, o ônibus que conduzia os gloriosos caravanistas vinha escoltado por muitas dezenas de automóveis. E a entrada da cidade o povo formou alas para que entre alas passasse a invicta comitiva.


A medida que a delegação – em cuja esteira – mais e mais se avolumava o número de automóveis, motociclistas e bicicletas, - ia se aproximando, mais aumentava a multidão que a caravana tinha que atravessar.


Em frente ao “Diário” deteve-se a comitiva para saudá-lo. E para o reinício da marcha, foi necessário romper com energia a massa popular. Seguiu-se a visita ao “Termômetro Esportivo”.


A praça Rui Barbosa, a rua João Pessoa, a rua Martim Afonso, faziam lembrar as noites de Carnaval.


A delegação parou defronte a “A Tribuna”, para homenageá-la.


Retomou a caminhada, desta feita rumo à sede.


Então, o delírio atingiu o auge.


Tombaram confetes numa chuva colorida. Os aplausos compuseram a música do entusiasmo. E foi nos braços da multidão, que os da embaixada da vitória deram entrada na sede do grêmio que tanto tinham sabido honrar.


Todo o acesso das duas escadarias foi feito em meio daquela multidão que não se cansava de aplaudir e de vivar os heróis da inesquecível jornada, sob cujas cabeças caiam pétalas de rosas, símbolos da imperecível admiração do público, da cidade, dos afeiçoados do Santos F.C., aos que formaram a brilhante delegação.


A recepção que foi tributadas aos magníficos representantes do Santos F.C., só poderia ter sido de fato, o que foi – uma apoteose. Uma apoteose digna do final de uma campanha, que até hoje nem um clube brasileiro conseguira realizar”.


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