Ibson foi a terceira contratação mais cara da história do Santos (Foto: Ricardo Saibun / Santos FC)
Eles já deixaram clube há um bom tempo, e a torcida sequer sente falta deles, mas o Santos segue com a responsabilidade de pagar por jogadores que um dia julgou importantes. Não entendeu? Pois saiba que o Peixe gastou R$ 3,5 milhões em 2013 para quitar dívidas com o Spartak Moscou, da Rússia, e com o Al Itthad, da Arábia Saudita, referentes ao meia Ibson e ao atacante Cláudio Pitbull.
A dívida consta no balanço financeiro do clube divulgado nesta quarta-feira, que apontou um déficit de R$ 40 milhões na temporada passada, além de um crescimento de R$ 80 milhões da dívida total alvinegra.
Contratado em setembro de 2005, Cláudio Pitbull chegou ao Santos com a moral de quem tinha se destacado com a camisa do Grêmio, dois anos antes. Sua passagem pela Vila Belmiro, porém, foi discreta e se encerrou em janeiro do ano seguinte, quando ele se transferiu para o Fluminense. Por ele, a diretoria santista pagou quase R$ 300 mil em 2013.
O caso envolvendo o meia Ibson é ainda mais surpreendente. Em junho de 2011, o Peixe resolveu investir cerca de R$ 9 milhões para tirá-lo do Spartak Moscou, para onde o jogador havia se transferido graças às boas apresentações com a camisa do Flamengo entre 2007 e 2009.
Terceira contratação mais cara da história do Alvinegro Praiano (atrás apenas de Montillo e Leandro Damião), Ibson gerou um gasto de R$ 3,2 milhões ao clube que deixou em maio de 2012 rumo ao Flamengo, em uma troca envolvendo o zagueiro David Braz e o lateral-direito Rafael Galhardo. Assim como Cláudio Pitbull, não deixou saudades na torcida. Em 19 jogos, fez quatro gols - e conquistou o Campeonato Paulista de 2012.
Situação complicada
As dívidas relativas a Ibson e Cláudio Pitbull são apenas alguns dos ingredientes do trágico ano santista do ponto de vista financeiro. Nesta quarta-feira, o clube divulgou o balanço financeiro relativo, e a notícia não é muito animadora: apesar de ter realizado a maior venda da sua história (Neymar), registrou um déficit de R$ 40,6 milhões. Além disso, a dívida total do clube disparou para R$ 190,4 milhões.
Os problemas financeiros do Alvinegro Praiano já haviam sido expostos em março, quando o Conselho Deliberativo do clube aprovou a antecipação de cotas de TV referentes a 2015. Para convencer os conselheiros a aprovarem o pedido, o presidente em exercício do Alvinegro Praiano, Odílio Rodrigues, citou a ausência de patrocínio master, as dívidas de gestões anteriores e até os custos com rescisão de contrato de funcionários demitidos do setor administrativo como fatores que interferiram negativamente no fluxo de caixa do clube.