LANCEPRESS! - 04/12/2012 - 08:10 São Paulo (SP)
Dono de atuações memoráveis, único jogador ovacionado pela torcida adversária, responsável por gols inesquecíveis, líder na média de notas L! – com 7,1 – e autêntico goleador, quase um gol por partida... Todas essas características definem por completo o desempenho do atacante Neymar neste Brasileirão 2012 e o credenciaram como grande favorito na briga pelo título de Craque da Competição do LANCE!, mas o vencedor foi Diego Cavalieri – com 6,9 segundo média das notas. Culpa das trapalhadas da CBF.
Por ter atuado em menos da metade das partidas – 17 das 19 necessárias – fruto de inúmeras convocações para Seleção Brasileira, na Olimpíada ou em sonolentos amistosos, a Joia alvinegra foi proibida pelo regulamento de concorrer ao prêmio que faturou de forma justa e absoluta na edição de 2011.
O grande desempenho do jogador quando esteve à disposição acabou sendo inútil na disputa. Prova do ótimo campeonato realizado é que, em relação ao ano anterior, eleito o craque, foi mais eficiente.
Quem lamentou as 12 ausências de Neymar por compromissos com a Seleção foi o presidente Luis Alvaro, que não conseguiu ver o resultados esperados em 2012:
– Temos jogadores que fazem uma diferença brutal, as convocações impediram que o que foi planejado no começo do ano fosse executado – criticou o santista.
Em 2011, marcou 14 gols em 21 jogos. Nesta temporada, marcou o mesmo número de tentos, mas em apenas 17 partidas, média de 0,8, a melhor da competição. Mas tudo em vão, e a bronca do torcedor santista faz todo o sentido.
Com a palavra
Luiz Fernando Gomes
Editor-chefe do L!
Neymar e o Santos que se danem
Neymar não se machuca. Passou mais uma temporada ileso – e com fome de bola. Fez de tudo para jogar pelo Santos: fretou avião de Estocolmo para o Brasil, entrou em campo com descansos muito menores do que a maior parte dos atletas seria capaz de resistir. E ainda assim, não disputou a metade dos jogos do Peixe no Brasileirão.
Perdoem-me, leitor, bater na mesma tecla: ou o Brasil corrige de vez o calendário, iguala à temporada europeia, respeita as datas Fifa de seleções, ou vamos continuar a viver situações bizarras como a de ter um dos maiores jogadores do mundo fora da seleção do Brasileiro.
Todo mundo perde com isso. O torcedor que fica privado de ver o ídolo jogar, a TV que perde audiência, o Santos que fez um esforço milionário para manter Neymar e vive ficando sem ele. Será que com a Joia em campo os resultados do time seriam os mesmos?
Na verdade, quase todo mundo perde com isso. Sim, pois para a CBF do doutor Marin tanto faz como tanto fez. Para o torcedor, para o campeonato e para os clubes, ele parece estar c... de montão. Como seu antecessor e mentor.