Rogério já comprou ingresso e vai pedir ao chefe uma folga para ir ao jogo (Foto: Pedro Craveiro)
Uma presença incômoda ronda os jogadores do Penapolense no hotel que hospeda a equipe até este sábado na capital paulista. Um dos recepcionistas do local não apenas torce para o Santos, mas é um ex-jogador do clube. Hoje com 30 anos, Rogério Correa Júnior jogou nas categorias juvenis do Peixe e chegou a morar no centro de treinamento na Baixada.
– Joguei na base do Santos e me profissionalizei aos 26 anos, mas vi que não teria futuro e resolvi trocar de profissão. Eu era meia-esquerda e joguei com vários amigos que se tornaram grandes jogadores, como Diego e Robinho – revela o ex-jogador e hoje recepcionista de hotel.
Desde a última quinta-feira, quando o CAP (Clube Atlético Penapolense) chegou ao hotel que emprega Rogério, ele admite que o sarro dos colegas tem sido grande.
– Os jogadores são todos gente fina, humildes. Mas o pessoal do trabalho não perdoa. Todo mundo vem me dizer que o Santos vai perder, que vou dar sorte ao Penapolense – diz Rogério.
Frequentador assíduo dos jogos na Vila Belmiro, Rogério costuma sair correndo do trabalho para descer a Serra do Mar e acompanhar o time do coração. Neste domingo ele está na escala de plantão até as 15h e não conseguiria chegar a tempo para a partida, marcada para as 16h. Confiante, ele acredita que vai conseguir reverter a situação junto à chefia.
– Sempre tem um jeitinho, né? Vou pedir para mudar de horário e sair mais cedo. Sou sócio-torcedor e já comprei o ingresso, não dá pra perder – avisa o recepcionista, sem medo da reação do chefe.