quinta-feira, 16 de abril de 2015

Alçapão Alvinegro: 10 clássicos mostram a força do Santos na Vila


A Vila Belmiro não é moderna como a arena do Palmeiras, nem tem os aparatos tecnológicos do estádio do Corinthians. Acanhada, tem capacidade muito inferior ao Morumbi - ou mesmo ao Pacaembu, a "segunda casa" santista, na capital paulista, onde o clube poderia enfrentar o São Paulo, domingo, às 18h30, pela semifinal do campeonato estadual.


Mas nem mesmo a crise financeira a possibilidade de arrecadar mais com a bilheteria convenceram o clube a abandonar a Vila. Os atletas pediram, o presidente Modesto Roma Júnior atendeu, e o Santos decidirá um lugar na decisão Paulista em seu alçapão.


Vila Belmiro (Foto: Marcos Ribolli)Vila Belmiro, palco da semifinal entre Santos e São Paulo, no domingo (Foto: Marcos Ribolli)


Alçapão, não à toa. A Vila construiu essa reputação por quase 100 anos de história graças a vitórias memoráveis, muitas delas contra os maiores rivais alvinegros, seus vizinhos da capital.


O GloboEsporte.com listou dez vitórias emblemáticas do Santos em clássicos na Vila que mostram a força que o time tem em casa. E que, independentemente das opções e condições, jogar ali é sempre uma escolha acertada.


O cenário pintado no começo da temporada era tenebroso, com dívidas que se amontoavam, contratações modestas, salários atrasados e jogadores na Justiça pedindo a rescisão de contrato. O time, porém, se acertou e fazia boa campanha no Paulista sob o comando de Enderson Moreira até a demissão do técnico, em rota de colisão com os atletas. Com o interino Marcelo Fernandes, o Santos recebeu o Palmeiras ainda cercado de dúvidas. O rival saiu na frente, mas Renato e Ricardo Oliveira viraram a partida e garantiram a efetivação do auxiliar.


Foi um massacre. O Santos abriu 2 a 0, o Corinthians diminuiu, mas a reação foi ilusória. O Peixe fez o terceiro, o quarto e o quinto. Arouca, em noite inspirada, foi o nome dos 5 a 1, goleada logo no primeiro clássico do ano, contra o maior rival.


Neymar já tinha sido campeão paulista no ano anterior, e conquistaria o tri em 2012 - pelo Peixe, também conquistou a Libertadores e a Copa do Brasil. A taça do estadual de 2011, porém, foi a única que o craque, hoje no Barcelona, levantou na Vila Belmiro. Arouca fez o primeiro - não só o do jogo, mas o de sua passagem pelo clube -, Neymar anotou o segundo.


A terceira geração de Meninos da Vila, reforçada por Robinho, surgia, de fato. Em um Paulista histórico, recheados de goleadas, Neymar, Ganso e companhia tinham no São Paulo um adversário para enterrar dúvidas. Foi o que fizeram: 3 a 0 e vaga na final contra o Santo André.




Troca de passes, gritos de "olé" nas arquibancadas, a bola chega em Jonas e anota o quinto gol do Santos contra o Palmeiras, pelo Brasileiro de 2006. Não é sempre que se goleia um rival dessa forma, ainda mais com Pelé nas tribunas.




Robinho e Giovanni juntos, uma tarde inspirada do Messias num jogo disputado contra o time que, depois, seria o campeão daquele Brasileiro. Os 4 a 2 na Vila Belmiro estão na memória dos santistas, mas não nas estatísticas: apitado por Edílson Pereira de Carvalho, foi um dos jogos que acabaram sendo anulados naquele campeonato por conta da Máfia do Apito.




Ainda um incógnita, o Santos se classificou para o mata-mata do Brasileiro em 2002 em oitavo e teria pela frente, logo de cara, o São Paulo, dono da melhor campanha da primeira fase. No jogo de ida, na Vila Belmiro, fez 3 a 1 e pavimentou o caminho para a semi do torneio que tiraria o Alvinegro de uma longa e incômoda fila.




Sem dinheiro, com um técnico novo e com um time formado por garotos. As previsões para o Santos para o Brasileiro de 2002 eram trágicas. Mesmo assim, Emerson Leão pediu aos dirigentes que marcassem um amistoso contra o Corinthians, campeão do Rio-São Paulo e da Copa do Brasil, como preparação para o nacional. A vitória por 3 a 1, na Vila Belmiro, com faixas da torcida de ponta-cabeça nas arquibancadas, é citada por cada um dos responsáveis por aquele título histórico como a que iniciou aquela jornada que terminaria em dezembro, contra o mesmo Corinthians, com a taça do Brasileirão.


Com Pelé homenageado, marcando seus pés para a calçada da fama da Vila Belmiro, o duelo em campo foi entre o goleiro Edinho, filho do Rei, e Marcelinho Carioca. Era dia de alegria para a família real do futebol e o arqueiro fechou o gol. Na frente, Camanducaia anotou duas vezes - na primeira, com comemoração no alambrado -, e Gallo fez outro, numa bomba no ângulo.


O Palmeiras tinha vencido o Paulista em junho de 1993 e encerrado a maior fila de títulos entre os grandes paulistas, que caía no colo dos santistas, sem vencer um taça desde 1984. No Brasileiro daquele ano, o time de Palestra Itália, que seria campeão numa trajetória inesquecível, com apenas duas derrotas - as duas para o Peixe. A primeira delas na Vila Belmiro, 3 a 1.