Técnicos mantidos na Série A | |
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Clube | Técnico |
Atlético-MG | Cuca |
Botafogo | Oswaldo de Oliveira |
Corinthians | Tite |
Cruzeiro | Celso Roth |
Fluminense | Abel Braga |
Grêmio | Vanderlei Luxemburgo |
Náutico | Alexandre Gallo |
Portuguesa | Geninho |
Santos | Muricy Ramalho |
No Campeonato Brasileiro de 2012, nove clubes mantiveram seus treinadores durante toda a competição. O número representa um recorde de permanência de técnicos. Para os convidados do , esta marca representa uma mudança na mentalidade dos dirigentes brasileiros. No entanto, os comentaristas concordam que a nova atitude não é seguida por todos os clubes.
- Está melhorando, mas ainda não é o ideal. O treinador ainda paga muita conta no Brasil. Alguns clubes melhoraram, mas nem todos. É um processo que está no começo ainda. Os dirigentes brasileiros ainda não têm a mesma mentalidade do time europeu. Na década de 1970, alguns times tinham seis técnicos por ano. Hoje, os que trocam mais têm uma média está entre dois ou três técnicos. O número está melhorando, mas ainda não dá para comemorar - disse Lédio Carmona.
O comentarista Dani Monti lembra que as equipes que todos os rebaixados para a Série B trocaram de técnico durante o Brasileirão.
- Isso faz parte de um começo de uma ideia diferente. Os treinadores estão com mais tempo para desenvolver seus conceitos. Esse é o caminho certo. Neste ano, só o Bahia teve três treinadores e conseguiu se salvar.
Para o comentarista André Loffredo, além de melhores resultados em campo, os dirigentes também perceberam que a manutenção dos técnicos significa mais dinheiro nos cofres.
- Os dirigentes estão percebendo que, se ficarem demitindo técnicos, vão acabar o ano pagando três, quatro treinadores ao mesmo tempo. Esse entendimento de não complicar as finanças ainda mais virou um fator a mais para manter os treinadores.
Tite: exemplo ideal da manutenção
Tite: após eliminação em 2011, ganhou o Brasileiro
e a Libertadores (Foto: EFE)
Para o comentarista André Loffredo, os dirigentes devem avaliar também o trabalho do técnico, e não apenas o resultado. O jornalista lembrou o caso de Tite. Após o Corinthians ser eliminado pelo Tolima na fase preliminar da Libertadores de 2011, a equipe se recuperou, conquistando o Brasileiro naquele ano e a principal competição sul-americana na sequência.
- A melhor história que nós temos é a do Tite. Quando o Corinthians perdeu para o Tolima, a coisa mais normal seria a demissão do Tite. Mas a directoria acreditou nele, o trabalho foi mantido e a derrota se transformou no título brasileiro e na Libertadores. O dirigente precisa acompanhar o dia-a-dia e, se ele acreditar que o trabalho é bem feito, o técnico precisa ser mantido, pelo menos, por um ano.
Hora certa de mudar é agora
- Recorde: Brasileirão de 2012 teve mais técnicos mantidos e menos trocas
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No entanto, para André Loffredo, se a diretoria acreditar que o trabalho do técnico não foi bem feito, a hora certa para mudanças é no fim do ano. Em dezembro, um novo treinador teria tempo de escolher o seu elenco e começar a pré-temporada já com os jogadores que pretende utilizar.
- Quando termina o ano, é normal que se faça uma avaliação e agora existe um tempo maior para as mudanças. É um bom período para um replanejamento. Vários fatores precisam ser. Se tiver que fazer uma mudança, agora é o período ideal. O novo treinador já tem tempo para montar um novo elenco, ao lado dos dirigentes, e começar a pré-temporada pronto como os outros clubes.
Regra da Itália funcionaria no Brasil
O comentarista Dani Monti lembra que, no Campeonato Italiano, um técnico não pode trocar de clube dentro de uma mesma divisão. Com isso, se um treinador for demitido, não poderá assumir um adversário direto. Além disso, os desempregados têm mais chance.
- Acho um sistema ótimo, porque dá possibilidade de os treinadores desempregados encontrarem uma oportunidado. Além disso, proíbe a troca. A Ponte Preta estava fazendo um campeonato tranquilo até que o Gilson Kleina rompeu o contrato e foi para o Palmeiras. A Ponte sentiu a saída do técnico, perdeu quatro jogos seguidos e ficou ameaçada. O Gilson Kleina, do outro lado, também não evitou a queda do Palmeiras. Foi ruim para os dois. Isso, para mim, não existe. O treinador não pode acordar em outro time.
Gilson Kleina fazia boa campanha na Ponte e caiu com o Palmeiras (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)