Na década de 1960, o Santos desistiu de jogar a Taça Libertadores e, com isso, atrapalhou o Mundial de Clubes até hoje, na opinião de Tim Vickery, correspondente da BBC na América do Sul. Na opinião do jornalista, o Peixe poderia ter vencido o torneio sul-americano mais vezes e, assim, feito grandes duelos contra os campeões europeus daquela época. Assim, o Mundial seria um título mais valorizado na Europa e teria mais repercursão.
- Em 1965, o Santos desistiu da Libertadores de 1966 e abriu espaço para o domínio dos argentinos, no pior momento do futebol deles. Eram times muito detalhistas, que se dedicavam muito à bola parada. Houve muitos duelos entre argentinos e times do norte da Europa. Tinha muito conflito e os europeus cansaram do Mundial. Ajax, Liverpool, Nottingham Forrest, todos esses não jogaram. Se o Santos tivesse continuado na Libertadores, poderia ter mudado isso. Imagina o Santos contra o Manchester United de Bobby Charlton, contra o Ajax de Cruyff? Seriam duelos fascinantes para o mundo inteiro - disse o jornalista, no .
- Sem acreditar na sorte, Tite promete até 'jogar sujo' para ganhar o Mundial
- Veja outros vídeos do 'Redação SporTV'
Para o futuro, Tim Vickery acredita que o Mundial poderá voltar a atrair o interesse de todo mundo. Com o fortalecimento da economia da América do Sul, mais craques jogarão pelos times daqui e, com isso, as partidas contra os europeus podem ter mais atenção de todo o mundo.
- O futuro pode ser diferente. A quantidade de torcedores do Corinthians no Japão mostra uma nova realidade econômica. Existe mais dinheiro na América do Sul. Daqui a cinco ou dez anos, há a possibilidade de o Mundial oferecer um bom espetáculo, com grandes craques do futebol mundial dos dois lados. A beleza do espetáculo é o único caminho para empolgar o neutro. O Mundial de Clubes precisa empolgar o torcedor neutro, porque tem muito menos times envolvidos que a Copa do Mundo, por exemplo.
Santos, de Zito e Pelé, abriu mão da Libertadores e 'estragou' Mundial (Foto: arquivo)
Para André Fontenelle, do SporTV , o Mundial de Clubes não aponta o melhor do time do mundo, na visão dos europeus. Assim, o torneio sempre será desvalorizado.
- Todo mundo percebe que a Liga dos Campeões é mais díficil que o Mundial. A torcida do Chelsea considera que vencer o Barcelona ou o Bayern de Munique é mais difícil que o Corinthians ou um time do México do qual ela nem ouviu falar. Enquanto a percepção for essa, o Mundial continuará um torneio de segundo escalão.
O jornalista acredita que com a entrada de mais times da América do Sul e da Europa a realidade possa mudar.
- A fórmula não ajuda. O Chelsea não tem um rival do próprio continente com quem medir força. Isso não representa a relação de forças do futebol mundial. Os times dos outros continentes devem continuar, mas a proporção está errada. Temos um time da Oceania e um da Europa. A Fifa vai ter que resolver isso em algum momento. O Mundial precisa de mais times da Europa e da América do Sul.
Internacional, campeão mundial, não está entre os melhores times da história, diz jornalista (Foto: Reuters)
