terça-feira, 19 de novembro de 2013

Equipes paulistas assinam medidas para controlar a presença da torcida organizada nos estádios


Santos lidera recusa de paulistas a lei que controla verba das organizadas


Na última segunda-feira, as diretorias de Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo se reuniram na sede do Ministério Público de São Paulo para assinar um TAC (termo de ajustamento de conduta) com diversas medidas para controlar a presença da torcida organizada nos estádios a partir de 2014. Porém, o texto excluiu um item que esteve em discussão nas reuniões anteriores, o controle de repasse financeiro às organizadas.

A promotoria sugeriu um controle das verbas dos clubes destinadas para as torcidas, mas um movimento liderado pela diretoria santista minou a ideia.


A segunda proposta do Ministério Público foi cessar o repasse de dinheiro dos clubes a torcidas organizadas. A ideia era cortar vínculos e enfraquecer os adeptos. Quando isso foi apresentado, as equipes pediram que o primeiro modelo fosse retomado.


A primeira equipe a vetar um mecanismo que cerceasse o direito de repassar dinheiro a torcedores foi o Santos, seguido por São Paulo e Corinthians, que haviam admitido o mecanismo que impedisse o aporte de dinheiro a torcedores, mas condicionaram a assinatura do TAC à unanimidade. O Palmeiras foi o único time que mostrou menor interesse na exclusão do texto o veto ao repasse financeiro.


"Primeiramente, houve uma resistência dos clubes com relação a alguns artigos por causa do Código do Consumidor. Nós dissemos que, já que eles achavam isso, poderíamos trabalhar de outra forma. Então, sugerimos um termo de compromisso em que eles assumiriam que parariam de subsidiar torcidas. Houve um racha entre os clubes, e eles questionaram o que nós queríamos com essa sugestão. Diante disso, voltei ao plano original", explicou Roberto Senise Lisboa, promotor de Justiça do Consumidor do Ministério Público de São Paulo.


"Pude perceber que os clubes começaram a questionar e reagir de formas diferentes por causa de aspectos como o conselho deliberativo e por trabalharem junto com a torcida desde que a torcida existe", continuou Senise Lisboa.

Os dois últimos encontros, incluindo o da última segunda-feira, já foram baseados apenas nesse modelo.


"O Santos Futebol Clube reafirma o seu bom relacionamento com as torcidas organizadas e discorda com o estereótipo de que os seus integrantes não apresentariam comportamento adequado, com a devida civilidade, nos estádios e fora deles", disse o Santos e nota oficial ao UOL.


O termo que os clubes assinaram possui três aspectos: cadastramento, separação e monitoramento de torcedores organizados.


A partir do Campeonato Paulista, os clubes se comprometeram a criar nos estádios espaços exclusivos para os organizados, que serão proibidos de frequentar outros setores. Os torcedores filiados a grupos uniformizados ainda precisarão fazer um cadastro.


Outro ponto presente é o monitoramento. Os clubes se comprometeram a fornecer imagens para o Ministério Público com a finalidade de identificar torcedores baderneiros.


"Trabalhamos pela paz nos estádios, pela presença das famílias. Continuamos contra os violentos, os vândalos, sejam eles membros de torcida organizada ou da torcida comum, e nos comprometemos a ajudar a identificar os indivíduos que cometerem excessos", finalizou Odílio Rodrigues Filho, presidente do Santos.