Bruno Cassucci, Bruno Giufrida, Marcelo Braga e Marcelo Damato - 26/11/2013 - 06:02 São Paulo (SP)
A venda de Neymar para o Barcelona (ESP) evitou o que seria um ano desastroso para o Santos em termos financeiros.
É o que é possível concluir ao analisar a revisão do orçamento de 2013, em relatório enviado aos conselheiros do clube. Na noite desta terça-feira, ele será votado em reunião e, com maioria absoluta no Conselho, a situação não deve ter problemas para aprová-lo.
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Os números, discriminados de janeiro a julho e completados com valores ainda previstos nos últimos cinco meses do ano, indicam a receita de R$ 190 milhões, superando em R$ 48 milhões o que era projetado.
O problema, porém, foi que os gastos e despesas na temporada superaram os R$ 159 milhões. Na ponta do lápis, cerca de R$ 18 milhões a mais do que estava no orçamento.
Assim, sem os R$ 52,5 milhões obtidos com a venda de Neymar entre junho e julho, a arrecadação do clube teria sido de pouco menos de R$ 140 milhões. O que geraria um rombo de quase R$ 20 milhões.
A falta de um patrocínio máster, por exemplo, fez o clube deixar de arrecadar R$ 20 milhões. Em vez dos R$ 32 milhões almejados, apenas R$ 12 milhões foram captados em 2013.
A venda da Joia – e de jogadores como Rafael e Felipe Anderson –, portanto, caiu como uma luva para a atual administração, que conseguiu amortizar os efeitos das contas.
A oposição critica os números e promete contestá-los: houve gastos excessivos com comunicação (R$ 6,5 milhões), patrimônio (R$ 9,5 milhões), futebol profissional (R$ 109 milhões) e em outros setores.
A reunião também servirá para a aprovação da previsão orçamentária de 2014, que já indica uma déficit de R$ 7 milhões. Apesar disso, a expectativa para os resultados esportivos é otimista. O clube quer investir R$ 8,5 milhões em contratações. E, paralelamente, arrecadar R$ 27 milhões na negociação de jogadores.
– O orçamento prevê R$ 8,5 milhões para gastos com contratação. A ideia é continuar com o equilíbrio econômico-financeiro do clube, sem fragilizar o time dentro de campo – disse ao LANCE!Net o presidente do Conselho Fiscal, Marcos Zeli, que enviou parecer aos conselheiros “recomendando a aprovação,” sem mais justificativas.
O LANCE!Net tentou entrar em contato com o presidente em exercício, Odílio Rodrigues, mas a assessoria de imprensa do clube não o localizou para dar esclarecimentos do caso.
Bate-Bola com Marcos Zeli
Presidente do Conselho Fiscal do Santos, ao LANCE!Net
LANCE!Net: O orçamento aponta para um déficit de R$ 7 milhões...
É bom que fique claro que uma coisa é o operacional, outra coisa é o contábil que apresenta possibilidade de ficar negativo em quase R$ 8 milhões. Mas no operacional, o Santos pretende manter o que deve chegar no final deste ano com cerca de R$ 30 milhões, entre receitas e despesas. Obviamente que tem que pagar banco, com depreciação. Ou seja, teremos caixa para isso. Aí com amortização e apreciação, fica negativo. Mas em regime de caixa não ficará negativo.
No orçamento de 2014, é previsto R$ 13 milhões de patrocínio. O clube chuta baixo, mas espera mais?
Não há nenhuma dúvida de que a preocupação é enorme com isso. Por ser ano de Copa do Mundo, o foco de anunciantes é na Seleção Brasileira. Isso teve de ser levado em consideração pelo executivo. Não é um ano para arriscar em termos de finanças. Os números são bem razoáveis. No orçamento tem uma conta de patrocínio master, mas o numero é bastante conservador. O clube acha que pode ter um número maior, mas trabalha conservadoramente. Essa é uma norma para evitar que a gente sofra ao longo do ano com previsões exageradas.