Item 16 do Balanço Patrimonial do Santos referente ao ano de 2011, quando Alan Patrick se transferiu para o Shakhtar (Foto: Reprodução)
O Santos recebeu cerca de R$ 1,5 milhão do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, pela prioridade de compra do atacante Diego Cardoso em 2011 - o valor aparece no balanço financeiro do clube. A preferência, porém, era apenas de dois anos, até o fim do contrato do jogador, que na época ia até abril de 2013. Na ocasião, os ucranianos também adquiriram parte dos direitos econômicos do atleta, que tiveram de ser devolvidos ao término do prazo para exercer a prioridade.
Atualmente, os direitos econômicos de Diego Cardoso estão divididos entre o clube da Vila Belmiro (65%) e o próprio atleta (35%). O artilheiro da Copa São Paulo deste ano (ao lado de Stéfano Yuri, também do Santos, e de Gustavo, do Taboão da Serra) renovou com o Peixe até dezembro de 2016.
O curioso é que a venda da prioridade aconteceu no mesmo período em que o Alvinegro negociou Alan Patrick com Shakhtar Donetsk por € 6 milhões. Há quem entenda que o acerto pela preferência da promessa tenha acontecido para "driblar" a DIS, que tinha 40% dos direitos econômicos do meia que se transferiu para a Ucrânia. O Alvinegro, porém, diz que foi apenas uma coincidência de datas e que o contato entre os dois clubes facilitou o fechamento do negócio.
Alan Patrick acertou sua transferência para o Shakhtar em junho de 2011, mas deixou o Peixe apenas após a disputa da Taça Libertadores. Ele, inclusive, foi liberado em meio à disputa da competição sul-americana para realizar exames médicos na Ucrânia, mas voltou para a disputa da fase final. Atualmente, o atleta atua pelo Internacional.
Diego Cardoso, nova promessa do Santos (Foto: Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC)
A relação entre Santos e DIS viveu altos e baixos. A principal rixa entre as duas partes foi por causa da negociação que levou o atacante Neymar ao Barcelona. Após a ida do astro para a Espanha, o grupo de investidores entrou na Justiça para que fossem apresentados os documentos da transferência, porque acreditava que os clubes teriam mascarado os reais valores da transação para diminuir o montante repassado a ele.
Outros pontos questionados pela DIS na transferência de Neymar para o Barça foram os amistosos previstos entre os clubes – se o jogo no Brasil não ocorrer, o Alvinegro recebe € 4,5 milhões (R$ 14 milhões) – e a prioridade na compra de três jovens revelados pelo time praiano (Gabriel, Victor Andrade e Giva) por cerca de € 8 milhões (R$ 25 milhões).
* Com supervisão de Alexandre Lopes