Odílio Rodrigues presidente em exercício do Santos
(Foto: Marcelo Hazan / Globoesporte.com)
O Conselho Deliberativo do Santos rejeitou o reajuste de 12,2% na anuidade dos associados do clube. A opção pela recusa à proposta, feita pelo Comitê Gestor do Alvinegro e que recebeu parecer favorável da Comissão Fiscal, foi acatada por 80% dos conselheiros presentes na votação. Foi a última reunião do órgão em 2012.
A decisão vem poucos dias após o Santos, também em encontro do Conselho, projetar um déficit de R$ 15,2 milhões para 2013 e ter escapado de fechar o ano no vermelho graças à venda de Paulo Henrique Ganso para o São Paulo (R$ 23,9 milhões) e ao arrecadado com a renovação dos direitos de TV (R$ 36 milhões). Ao todo, foram R$ 131,8 milhões em gastos na atual temporada.
Os valores das anuidades cobradas aos associados do Santos variam de R$ 270,00 (plano "Oficial") a R$ 1.200,00 ("Diamante"), de acordo com a categoria na qual o sócio se enquadra no programa "Sócio Rei" (Oficial, Ouro, Prata e Diamante). Se o reajuste fosse aprovado, a variação passaria a ser de R$ 302,00 a R$ 1.346,40.
A recusa à proposta, aliás, veio acompanhada de críticas de conselheiros ao "Sócio Rei", comuns desde a disputa da Libertadores. Na ocasião do torneio continental, associados do Santos tiveram problemas na compra de ingressos – principalmente para os jogos contra Vélez Sarsfield-ARG e Corinthians, ambos na Vila Belmiro – e relataram cobranças indevidas e dificuldade para se reservar bilhetes.
– Após o desmanche no futsal, no futebol feminino e de boa parte do time titular já na metade do ano, tudo isso no ano do centenário, querer que, mesmo assim, o sócio pague pelo déficit elevado do clube, não é justo. Ainda por cima, jogam essa conta em um momento no qual o associado está bravo e inadimplente, por consequência do momento ruim, pois vale lembrar que o Santos é um clube só de futebol, não tem piscina, não tem barraca de praia. Elevar a mensalidade seria deixar a defasagem ainda maior – critica o conselheiro Celso Leite.
Por sua vez, o vice-presidente santista (e mandatário em exercício, por conta da licença médica de Luis Alvaro Ribeiro), Odílio Rodrigues, vê com naturalidade a rejeição do Conselho Deliberativo à proposta de reajuste da anuidade, mas não acredita que a decisão tenha sido motivada pelo momento do clube no futebol.
– O Santos não aumentava a anuidade desde 2009, então entendíamos que era o momento para isso. A decisão, que é estatutária, cabe ao Conselho Deliberativo, e se decidiu que o valor não fosse alterado. Mas Não penso que isso (momento do futebol no clube) tenha influenciado os votos. Acho que não se pode misturar as coisas – resume o dirigente.