O torcedor santista tem motivos para nutrir esperanças em um novo ciclo de vitórias pós-Neymar. O time sub-20 conquistou o segundo título nacional nesta quarta-feira. Depois da Taça São Paulo de futebol júnior, no começo do ano, o Santos levanta o troféu da Copa do Brasil diante do técnico da seleção da categoria, Alexandre Gallo, e de um Heriberto Hülse lotado de torcedores do Criciúma. Bravo, o Tigre saiu na frente, mas tomou o gol fatal. A derrota por 3 a 1 não tirou o título do Santos, conquistado graças ao gol fora e o 2 a 0 na Vila Belmiro, na semana passada.
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O placar do jogo de ida obrigava o Criciúma ir para cima. No começo, o Santos até parecia que teria forças para suportar a pressão. Porém, gradativamente o time empurrado pela torcida, que entrou de graça no estádio, ganhava terreno. A reversão do placar do primeiro confronto ocorreu ao natural, com um golaço do volante Ruan e outro de oportunismo do meia Luizinho. O Peixe voltou diferente no segundo tempo.
A agressividade que faltou na primeira etapa apareceu na segunda. Assim, Misael, de falta, recolocava a taça em mãos santistas. O time visitante ficou mais próximo da celebração quando o zagueiro Fernando foi expulso, já na parte final da partida. O Tigre até fez o terceiro, mas o gol sofrido no Heriberto Hülse foi determinante.
Criciúma pressionou no primeiro tempo, mas gol fora dá título ao Santos (Foto: João Lucas Cardoso)
Lá se foi a vantagem
O técnico da seleção brasileira sub-20, Alexandre Gallo, viu um Criciúma agressivo e pressionando a equipe de branco. O Santos, seguro pela vantagem do jogo de ida, se defendia. As investidas dos visitantes eram em bolas paradas, como na falta cheia de veneno de Pedro Castro, aos 10 minutos, que o goleiro David foi no canto para buscar. Foi o primeiro dos dois sustos do Tigre no primeiro tempo. Desde então, os tricolores fizeram do campo de ataque seu território. O gol inaugural se tornaria questão de tempo, para alívio da torcida que encheu o estádio e cantava o tempo todo. Poderia ter ocorrido aos 23. Bruno Mazzuchello soltou um foguete na falta frontal que o goleiro Gabriel Gasparotto defendeu parcialmente e teve que voltar para tirar em cima da linha.
Sinal de que a abertura do placar estava madura, faltava conseguir furar a defesa santista. O volante Ruan deu uma de Lins, atacante do profissional, e o fez. Ele cortou da ponta para o meio e soltou uma bomba. O chutaço morreu no ângulo esquerdo e fez a torcida da casa também acreditar. Embalado, o Tigre ampliou oito minutos depois. Aos 32, Luizinho estava no meio da pequena área para aproveitar vacilo da defesa e marcar o segundo. Sufocado no campo de defesa, o Santos só conseguiu responder com o lateral Misael dando uma de atacante, mas parou na segurança de David. O Peixe fez pouco. O Criciúma usou o primeiro tempo para recolocar a igualdade perdida no jogo de ida.
Expulso: zagueiro Fernando deixou Tigre com um
a menos (Foto: João Lucas Cardoso)
O gol do título
O técnico Pepinho Macia foi a vestiário sabendo que precisava fazer com que o Santos tivesse outra atitude. O papo parece ter dado muito certo, porque no segundo minuto da etapa final o Santos reduziu o estrago no placar. Misael bateu falta com cara de bola alçada na área, mas foi direto para o gol e recolocou a mão do Peixe na taça. O goleiro David, então seguro, falhou. O erro ‘contagiou’ o Criciúma. O zagueiro Heitor falhou na frente de Stéfano Yuri que deixou Pedro Castro na cara do gol para marcar, mas ele bateu para fora. O Peixe ainda teve outras duas boas chances que passaram perto. O Tigre não era e nem conseguia ser o mesmo do primeiro tempo até então.
A entrada do meia Crispim na vaga de Luizinho fez com que os mandantes igualassem as ações. O jogo ficou aberto. O Criciúma perdeu uma chance incrível. Ruan mandou um tiro de longa distância que bateu no travessão e voltou na cabeça de Bruno Lopes. A cabeçada virou um recuo – nas mãos de Gabriel Gasparotto. A administração do resultado resultaria em vantagem para o Santos. Neilton fez graça na lateral e simulou ter recebido um tapa. A arbitragem não assinalou nada, mas o zagueiro Fernando, descontrolado, chutou a bola no atacante santista. Com o defensor expulso, o Tigre ainda tentou mais dois gols. Fez apenas um, em penalidade máxima convertida por Bruno Lopes, já nos acréscimos. O Peixe mostrou que não é por acaso um formador de craques. Teve frieza para segurar o resultado e comemorar o segundo título nacional na temporada.