quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Autor do livro 'Pagar o quê?' defende o Flu: 'A dívida da Série B é mentira'


Quando Marcelo Janot foi chamado para participar do livro "Pagar o quê? Respostas à maior bravata da história do futebol brasileiro", o crítico de cinema e torcedor tricolor juntou-se a um grupo de escritores com um só objetivo: provar que o Fluminense é injustamente acusado de possuir uma dívida com a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Curiosamente, naquela época, o Brasileirão de 2013 ainda não havia acabado. Após o desfecho polêmico que marcou o fim da última competição, com o rebaixamento da Portuguesa no lugar do clube das Laranjeiras, a publicação tornou-se ainda mais atual.


Em participação no , Janot disse que o livro busca revelar os detalhes das três ocasiões em que o Tricolor acabou beneficiado com uma permanência na Série A, apesar dos rebaixamentos. Segundo o escritor, as acusações de "virada de mesa" são equivocadas, já que o clube nunca buscou mudar resultados, sendo apenas convidado, assim como outros times, a disputar competições.


Capa do livro "Pagar o quê?" (Foto: Reprodução SporTV)Capa do livro 'Pagar o quê?'

(Foto: Reprodução SporTV)


- É uma coisa que vinha incomodando a torcida do Fluminense há muitos anos, essa história de "pagar a Série B". Quando o Flu voltou a ser um time vencedor, sendo campeão em 2010 e 2012, o que mais a gente via em cada notícia nas redes sociais era a pergunta "e a Série B?". Isso é uma mentira que vem sendo repetida sem que a imprensa tenha tido qualquer interesse em desmentir. No meu entender, quando se fala em pagar, pressupõe-se uma dívida, e o clube não deve nada - disse o crítico.


Em 1996, o Fluminense caiu pela primeira vez, mas foi beneficiado com a permanência na elite, ao lado do Bragantino, por causa de denúncias de pagamento de propina para árbitros e de manipulação de resultados. Campeão da Série C em 1999, o clube acabou convidado para disputar a Copa João Havelange, em 2000, após a justiça comum impedir a Confederação Brasileira de Futebol de organizar a competição nacional. O caso mais recente aconteceu em 2013, com a escalação irregular do meia Heverton como algoz da Portuguesa. O STJD condenou a Lusa à perda de quatro pontos em função da presença do jogador suspenso em campo, beneficiando o Flu.


- Quando o Flu disputou a Copa João Havelange, em 2000, assim como Bahia e Juventude, ele foi convidado. Deveria jogar a Série B porque foi campeão da Série C. Mas todos assinaram o regulamento. O clube não impôs isso. Mais uma vez o Flu é vítima de algo que ele não fez. Nesse livro, os textos tentam explicar essas questões - disse Janot.


Marcelo Janot participa do Redação (Foto: Reprodução SporTV)Marcelo Janot participa do Redação (Foto: Reprodução SporTV)


No livro, o crítico de cinema busca mostrar que outros times também foram beneficiados ao longo dos anos no futebol brasileiro, assim como outros têm orgulhado-se de conquistas irreais.


- Procurei remontar a uma época em que, sem redes sociais, não se podia desmentir certas mentiras. Em 1979, o Flamengo desafiou as leis da física sendo tricampeão carioca em dois anos. Criou-se um campeonato estadual com apenas dez clubes. É uma mentira repetira pela "Flapress" ao longo de anos até que virou verdade - disse.


Além de Janot, o livro conta com a participação de outros cinco escritores tricolores: Cezar Santa Ana, João Marcelo Garcez, Luiz Alberto Couceiro, Marcelo Janot, Paulo-Roberto Andel e Valterson Botelho. O lançamento está previsto para o dia 28 de janeiro.