quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Neymar e Barcelona podem ter dado volta em investidores, diz André Rizek


Alvo de uma investigação do ministério público espanhol, a venda de Neymar para o Barcelona, em 2013, pode ter sido arquitetada para driblar investidores, concluiu o jornalista André Rizek, no . Ao analisar os números do contrato revelados pelo jornal "El Mundo", Rizek acredita que a empresa DIS, que comprou 40% dos direitos econômicos do jogador, acabou recebendo apenas 7% dos R$ 314 milhões pagos, na prática, pelo clube catalão. O grupo Teisa teria ficado com cerca de 1% do total (assista ao vídeo acima).


- A minha interpretação é que essa negociação foi desmembrada em diversos contratos, com vários itens, de forma que podem alegar que não fazem parte da venda. Foi a maneira de dar uma volta nos investidores que compraram, em 2009, 40% dos direitos econômicos do jogador. No papel, os investidores teriam uma fatia, e na prática, tiveram outra - afirmou.


Rizek destacou que os empresários do DIS pretendem acionar o Barcelona na justiça para contar com o valor que consideram merecer na transação.


Neymar jogo Atlético de Madrid e Barcelona (Foto: AFP)Neymar com a camisa do Barcelona (Foto: AFP)


Segundo o contrato divulgado na imprensa espanhola, Neymar, sua família e a empresa de seu pai, a N&N, teriam recebido 64%, ou R$ 202 milhões. O Santos contaria com 10% pela venda direta, mas receberia por fora R$ 55,8 milhões, cerca de 18%, para dar aos catalães preferência na compra de outros atletas santistas e realizar amistosos.


Os novos valores destoam do contrato firmado em 2011 entre o Santos e Neymar, que estipulava uma multa rescisória de R$ 214 milhões. Neste acordo, a DIS receberia 40%, enquanto o Santos levaria 55%, tendo Neymar direito a 10% deste valor destinado ao clube.


O pai do jogador, que também se chama Neymar, admitiu nesta terça-feira ter recebido um adiantamento de € 10 milhões para "assegurar" a prioridade na compra do jogador ao Barça e mais € 30 milhões quando o negócio foi concretizado. Na análise do jornalista Carlos Eduardo Mansur, o atacante brasileiro pode ser alvo de um questionamento junto à receita espanhola.


- O que se pode se contestar é que esses contratos representem salários ganhos do jogador disfarçados em outros tipos de contratos. Poderia criar solicitação de esclarecimento em função de questão fiscal - disse.