Jogador santista foi chamado de "macaco" por um pequeno grupo de torcedores do Mogi Mirim após goleada na noite de ontem
O preconceito racial segue mostrando a sua face mais vergonhosa nos estádios de futebol. Dessa vez o alvo foi o volante Arouca, do Santos. Após a goleada por 5 a 2 do alvinegro praiano sobre o Mogi Mirim, um pequeno grupo de três ou quatro torcedores do Mogi Mirim passaram chamar o jogador em coro de "macaco".
"Isso é bom nem ouvir, né, nem dar ouvidos a esses pessoas, se dá para chamar isso de pessoas. Situação hoje em dia é difícil comentar, isso não acontece só no meio do futebol", declarou o jogador em entrevista para a rádio Espn.
O jogador afirmou também que essa foi a primeira vez na carreira que ouviu tais agressões verbais.
"Espero que alguém possa tomar uma providência muito severa, porque isso é lamentável.", concluiu Arouca, de 27 anos. Na saída do campo o jogador santista ainda tentou localizar de onde teriam vindo os gritos, em vão.
Marcos Marinho, o presidente da Comissão de Arbitragem paulista, afirmou em entrevista à rádio Globo que prefere aguardar a súmula da partida para saber que providências poderão ser tomadas contra o Mogi Mirim.
"Amanhã mesmo vou verificar os relatórios. Se alguém presenciou e comunicou, vamos comunicar ao Tribunal de Justiça Desportiva. Existe uma punição ao clube com multas e até mando de campo em jogos no regulamento", declarou Marinho.
No último mês o país se solidarizou com o caso de Tinga, volante do Cruzeiro, que sofreu com gritos racistas em partida no Peru. Na ocasião até a Presidente Dilma se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido.