O Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância), de São Paulo, entrou no caso das ofensas racistas de torcedores do Mogi Mirim ao volante Arouca, do Santos, durante jogo realizado na última quinta-feira, em Mogi, pela 12ª rodada do Campeonato Paulista - o Peixe venceu por 5 a 2.
Arouca pode ser chamado a depor pela delegada Margarete Barreto, a mesma que cuida das investigações da invasão ao CT do Corinthians, em 1º de fevereiro. O volante seria ouvido para ajudar no caso.
Quem acionou o Decradi foi Mauro Marcelo de Lima e Silva, presidente do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) do Futebol do Estado de São Paulo
- O tribunal está encaminhando para a polícia essa decisão, assim a polícia pode investigar o caso. Acabei de falar com dra. Margarete, da delegacia de crimes de intolerância. O clube não tem responsabilidade total, mas o clube tem que ajudar a justiça desportiva - disse Lima e Silva.
Nesta sexta-feira, o TJD interditou o estádio do Mogi Mirim, o Romildão. A medida "será mantida até a decisão final de processo disciplinar instalado para averiguar os fatos ocorridos".
- O clube tem de ajudar a demonstrar para o Tribunal que está cooperando na investigação - disse Lima e Silva.
Questionado sobre a semelhança da punição ao Mogi com as de clubes que permitem invasões de campo - perda de mando -, Lima e Silva explicou:
- É a mesma coisa. Quando um torcedor infringe a lei dentro do estádio e nós ainda não identificamos o indivíduo, o clube precisa ajudar, cooperar. Caso contrário, há a punição ao clube.
Arouca foi ofendido depois do jogo, enquanto dava entrevistas. Em depoimento à Santos TV, o jogador, em tom de desabafo, lembrou do caso envolvendo o também volante Tinga, do Cruzeiro, depois de um jogo pela Taça Libertadores, e pediu punição às autoridades, temendo que o ato se repita com seus pais e até mesmo sua filha, de apenas três anos.
Arouca fez um dos gols da vitória do Santos sobre o Mogi Mirim (Foto: Luciano Claudino/Agência Estado)