sábado, 8 de março de 2014

Organizadas não devem ser banidas, diz secretário: 'Fazem parte da festa'


Racismo no futebol, briga entre torcidas e segurança nos estádios foram alguns dos assuntos que entraram em discussão no Redação SporTV desta sexta-feira, que contou com a presença do secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Toninho Nascimento. Ao tratar das torcidas organizadas, Toninho afirmou que não vê o banimento como melhor alternativa para evitar casos de violência e defendeu o cumprimento do Estatuto do Torcedor (assista ao vídeo).


- Nós achamos, no Ministério do Esporte, que as organizadas fazem parte da festa do futebol. Elas precisam ser mais responsáveis pelos atos dos seus membros, isso é verdade. Mas solução? Quando se tem aumento de atropelamentos, a solução seria tirar os carros das ruas, que não vai ter mais atropelamento? Então, banir as organizadas não é solução para nada - comparou.



O secretário do governo acredita que o Brasil tem condições de diminuir os índices de violência e mortes associadas ao futebol se colocar em prática o que a lei determina e reclamou da falta de punições aos envolvidos.


- A violência das torcidas, organizadas principalmente, é um problema sério a ser resolvido. Pensamos que o caminho é criar formas, como juizado e uma série de coisas, e que a polícia prenda. O Estatuto do Torcedor é claro sobre isso, lei já tem. A gente tem mania no Brasil de querer criar novas leis para não combater o problema. Que seja cumprido o que está no estatuto e sejam presas as pessoas - disse.


Toninho lembrou o grande número de membros de organizadas no país e afirmou que a atitude de alguns não pode fazer com que todas sofram consequências. O secretário afirmou que muitos estádios não oferecem a segurança necessária e contribuem para a violência.


Secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Toninho Nascimento (Foto: Reprodução SporTV)Secretário diz que falta de segurança de estádios

contribuem para violência (Reprodução SporTV)


- São cerca 2 milhões de torcedores. Não existem só bandidos, é uma minoria de uma minoria de torcidas. Você é capaz de detectar aonde estão os problemas, como Mato Grosso do Sul, Natal, Goiás, principalmente pelas péssimas condições do Serra Dourada. A estrutura dos estádios tem culpa, são estádios ultrapassados, que não dão seguranca - afirmou.


O secretário nacional de Futebol ainda criticou o que chamou de processo de tentativa de elitização dos estádios e defendeu programas sociais dentro das torcidas.


- Com o crescimento do sócio-torcedor, as organizadas estão acuadas e perderam também poder político dentro dos clubes, principalmente naqueles em que o torcedor vota, como Fluminense, Grêmio e Internacional. O que a gente está pensando é em fazer alguns programas de inserção social com essas organizadas para não ter um grupo de pessoas com idades de 18 a 25 anos marginalizadas de todas as formas. Algumas organizadas têm trabalhos sociais interessantes - considerou.


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