Felipe Faro, ex-superintendente do Santos fez
críticas ao clube (Foto: Lincoln Chaves)
Demitido do cargo de superintendente de esportes do Santos em junho, Felipe Faro fez críticas à filosofia de trabalho do Comitê de Gestão. Na opinião do ex-dirigente santista, o clube privilegia o sucesso financeiro ao desportivo e, por isso, deixou escapar reforços de peso que chegaram a estar próximos da Vila Belmiro, como Renato Augusto (Corinthians), Diego Souza (contratado pelo Cruzeiro, mas que já deixou a Toca da Raposa) e Ignacio Scocco (Internacional) - descartados depois que as pedidas foram consideradas elevadas pela cúpula alvinegra.
- O Santos tem um orçamento "x", acha que aquele jogador vale "y" e não está determinado a investir mais que isso. Às vezes, no futebol, você precisa ter certa ousadia. Tem ocasiões que é melhor ser campeão com uma dívida administrável do que fechar no azul e em 12º lugar, pois no ano seguinte você terá condições de se recuperar, disputar grandes torneios, ter maior visibilidade e premiações, além do público. O torcedor paga para ver as estrelas, grandes jogadores em campo - avaliou.
- Sinceramente, o Santos perdeu várias oportunidades pela questão econômica. É a filosofia do clube, de ter tudo controlado. Outros clubes têm filosofias diferentes, potencial de receita menor, mas investem forte apostando no sucesso desportivo. A filosofia do Santos é apostar no sucesso financeiro. É diferente - emendou.
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Desde que Neymar deixou a Vila Belmiro, no final de maio, o Santos foi atrás de nomes considerados de peso, como Robinho, Kleber Gladiador, Vagner Love, Giuliano e Nenê - além de Scocco. Destes, o Alvinegro chegou a fazer proposta pelos dois primeiros, mas sem sucesso. Quanto aos demais, o Peixe esbarrou nos valores pedidos pelos clubes e encerrou as negociações. O detalhe é que depois do atual camisa 11 do Barcelona, vendido por cerca de R$ 52 milhões, o clube ainda liberou Rafael (R$ 16 milhões) e Felipe Anderson (R$ 22 milhões).
Em entrevista ao programa "Radar Esportivo", da TV COM, de Santos, no entanto, o vice-presidente Odílio Rodrigues defendeu a postura santista no mercado.
- O Santos é um clube como dívidas, como outros clubes brasileiros. Quando nós assumimos, em 2009, reduzimos os passivos com os recursos que essa administração gerou de receita e temos um passivo que, hoje, é perfeitamente administrável, pagando todas as dívidas fiscais. Vamos deixar o clube em uma situação melhor do que a que encontramos. Mas o Santos também se reforça. Compramos Cicinho, Mena, Thiago Ribeiro e o Montillo. Se precisarmos de reforços, eles serão pontuais e de oportunidade. Temos uma política de responsabilidade. Não queremos aumentar a dívida do Santos - declarou.