Coutinho fala sobre falecimento do ex-goleiro
Gylmar dos Santos Neves (Foto: Alexandre Lozetti)
O ex-atacante Coutinho, um dos maiores ídolos da história do Santos, não escondeu a tristeza com o falecimento do ex-goleiro e amigo Gylmar dos Santos Neves, no domingo. Os dois atuaram juntos pelo Peixe de 1962 a 1967. Bicampeões mundiais e da Libertadores em 1962 e 1963, eles também fizeram parte da seleção brasileira campeã do mundo no Chile, em 1962.
- Jogamos juntos durante muito tempo e conquistamos muitos títulos com o Santos e a seleção brasileira. Com certeza a gente sente muito pelo que aconteceu. O sentimento de perda é comum para todos que atuaram com ele. Era um grande amigo. Estou muito sentido, mas, infelizmente, essa (morte) é a única verdade que temos. O resto é cascata - afirma.
Coutinho recorda, também, da última vez em que esteve com Gylmar, e a emoção do ex-goleiro ao rever os amigos.
- A última vez que estive junto com o Gylmar foi num evento no Memorial da América Latina, em São Paulo, no ano passado. Ele já não falava mais, estava em uma cadeira de rodas, mas nos reconhecia, porque quando eu falava com ele, os olhos dele se enchiam de lágrimas. Ou seja, ele entendia tudo e expressava o que sentia. Sempre mantive o contato com o filho dele, o Marcelo, para saber da saúde do amigo - finaliza o eterno camisa 9 da Vila Belmiro.
Histórico
Ídolo brasileiro, Gylmar iniciou a carreira profissional no Jabaquara, mas em pouco tempo acabou se mudando para a capital, onde defendeu as cores do Corinthians de 1951 a 1961. Ele retornou para a Baixada Santista em 1962, quando acertou com o Santos e fez parte da equipe que encantou o mundo ao lado de Pelé e companhia.
Pelo Peixe, foi titular e peça importante no bicampeonato da Libertadores e do Mundial Interclubes, em 1962 e 1963. O ex-goleiro venceu também o Campeonato Paulista (1962, 1964, 1965, 1967 e 1968), o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1968), a Taça Brasil (1961, 1962, 1963, 1964 e 1965), o Torneio Rio-São Paulo (1963, 1964 e 1966) e a Recopa dos Campeões Mundiais (1968).
Na Seleção, foram 104 jogos, com 73 vitórias, 15 empates, 16 derrotas e 104 gols sofridos. Além das duas Copas do Mundo, Gylmar conquistou ainda a Taça Bernardo O'Higgins (1955, 1959, 1961), a Taça Oswaldo Cruz (1955, 1958, 1961, 1962, 1968), a Taça do Atlântico (1956, 1960) e a Copa Rocca (1957, 1960, 1963).