A principal referência na história do Jabaquara. É desta forma que o ex-presidente do clube, Sergio Silveira, define o ex-goleiro Gylmar dos Santos Neves, que faleceu aos 83 anos, no domingo. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde a última segunda-feira, quando sofreu um infarto.
Segundo Silveira, autor de diversos livros sobre o Leão da Caneleira, o aurirrubro não tem uma história de diversos títulos, mas marcada pela formação de grandes jogadores. Dentro deste panorama, Gylmar é o nome que mais ganhou destaque.
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- Apesar do Jabaquara completar 100 anos em 2014, a história não é de grandes títulos, mesmo tendo disputado a primeira divisão paulista. O clube sempre se destacou por revelar jogadores. No meio da década de 40, tivemos Baltazar, o Cabecinha de Ouro, que foi para o Corinthians. Dentro disso, o Gylmar é a principal referência pela carreira que construiu, pela projeção que teve no futebol. A gente tem o Gylmar como ponto principal - avalia.
A importância do ídolo para o Leão da Caneleira está expressa em uma das torcidas organizadas, que estampou o rosto de Gylmar em uma das bandeiras que leva para os jogos. O ex-presidente recorda a passagem do ex-jogador pelo Jabaquara e lembra que o goleiro só se transferiu para o Corinthians, em 1951, como contrapeso.
- Ele jogou no clube desde as categorias menores. Mas, quando foi para o profissional, jogou menos de um ano. O goleiro principal se machucou e ele atuou por cerca de seis meses. E Naquela época era comum, nas negociações, o clube oferecer dois ou três jogadores. O Corinthians queria levar o Ciciá, que era um zagueiro e o Jabaquara colocou o Gylmar na transferência. Acabou que o Ciciá jogou dois ou três jogos pelo clube e o Gylmar foi tudo aquilo. Depois, houve o coroamento da carreira dele no Santos de Pelé - explica.
Silveira ainda comenta sobre dois momentos vividos por Gylmar no Leão da Caneleira, após ter encerrado a carreira, que ficaram marcados na memória.
- Em um dos nossos aniversários, realizamos um amistoso contra o Corinthians. Ele foi convidado e deu o pontapé inicial na partida. Mais recentemente, quando ele esteve em Santos, veio até o clube mesmo estando em uma cadeira de rodas. Ele foi homenageado pelo Jabaquara na época - conclui.
Gylmar dos Santos Neves faleceu no último domingo, aos 83 anos (Foto: Agência Estado)