Joshua Seixas Arantes do Nascimento, filho de Pelé , terá um domingo especial. O Rei do futebol conseguiu um espaço em sua disputada agenda e vai passar o Dia dos Pais com a família, em sua casa no Guarujá, litoral de São Paulo. É um fato raro, como afirma o garoto de 16 anos, que tenta virar jogador de futebol profissional e busca seu espaço no time sub-17 do Santos.
- Tive poucas lembranças de Dias dos Pais com ele. Sempre teve de viajar, mas esse ano vamos conseguir passar juntos. Estou muito feliz. Vamos passar com meu irmão (Edinho, ex-goleiro e atual membro da comissão técnica do Santos), amigos e comemorar - conta o garoto, que se assemelha bastante a Pelé nas características físicas e é simpático durante toda a entrevista (assista ao vídeo acima).
O filho do Rei diz que ainda não sabe o que a cozinheira do pai está preparando para o almoço, mas tem uma certeza. Às 16 horas, os homens da casa vão se reunir em frente à televisão para acompanhar o jogo do Santos, que enfrenta o Cruzeiro pelo Brasileirão.
Pelé e Joshua posam para foto na Vila Belmiro
(Foto: Arquivo pessoal)
- Geralmente almoçamos e depois todo mundo vai assistir ao jogo. O meu pai é quieto, deixa para fazer os comentários depois. Ele só reclama se é um lance muito gritante mesmo. Acho que guarda as coisas para ele - conta Joshua.
Além dos jogos ao vivo, outro programa que costuma passar na televisão do Rei é o documentário sobre a sua carreira, "Pelé Eterno".
- Já vi o filme dele umas 500 vezes. Ele não cansa de assistir. Quando vou com os meus amigos, ele sempre pergunta: ‘Vocês já assistiram?’. Eu falo que já, mas aí ele diz que os outros garotos não. Então lá vou eu ver o filme de novo - comenta.
Joshua e Celeste, sua irmã gêmea, são filhos de Pelé com Assíria, com quem o ex-jogador foi casado por 14 anos. O divórcio dos dois ocorreu quando Joshua tinha 11 anos. Pouco depois, ele disse que teve, pela primeira vez, a noção da importância do pai no cenário do futebol mundial.
- Nunca vou esquecer quando fui para a Colômbia para um jogo beneficente. O meu pai iria dar o pontapé inicial de um jogo. Quando pisamos no aeroporto, o que tinha de gente. Um cara causar todo aquele alvoroço com as pessoas. Eu não acreditei. Eu tinha 13 anos. Esse é a maior lembrança que tenho.
Joshua mostra habilidade e faz 'embaixadinhas' no CT Meninos da Vila (Foto: Fernando Prandi)
Sonho de ser jogador profissional
Joshua morou por cerca de três anos nos Estados Unidos, quando sua mãe se mudou para acompanhar a filha mais velha, Gemima, que foi cursar faculdade. Sonhando ser jogador profissional, atuou pela equipe do Flórida Rush. Neste ano, resolveu voltar para o Brasil, onde mora com uma tia, em Santos, e jogar no time sub-17 do Peixe. Ainda não conseguiu a posição de titular e admite que o nível do futebol que praticava nos Estados Unidos era inferior. Mas com força e vontade e conselhos do Rei do Futebol, ele mantém o sonho vivo.
- A técnica aqui é bem diferente. É como em países como Inglaterra, Itália, onde levam o futebol a sério. Não que nos Estados Unidos eles não levem, mas ainda estão evoluindo. Pretendo ficar no Brasil e, se Deus quiser, virar profissional. Meu pai me dá conselhos. Fala que vão ter jogos que não vou jogar bem, outros que eu vou. E também para não me preocupar com as comparações, mesmo elas sempre existindo.