Neymar , Paulo Henrique Ganso, André, Wesley, Felipe, Rafael, Felipe Anderson, Alan Patrick. Quase toda a geração de Meninos da Vila encabeçada pelo agora camisa 11 do Barcelona já deixou o Santos. Quase. Ainda há um jogador no elenco que mantém vivo o elo entre a vitoriosa safra seis vezes campeã em três anos e a que surge, liderada por Neilton, Leandrinho e companhia. Trata-se do goleiro Vladimir. Nesta sexta-feira, às 16h30 ( horário de Brasília), no amistoso contra o Barça, válido pelo Troféu Joan Gamper, ele terá a chance de encarar o amigo outra vez e avisa: o Alvinegro vai entrar no gramado do Camp Nou para atropelar.
- A gente sempre brincava. Eu dizia que, se fosse jogar contra ele, iria "deitar" (risos). Espero ter a oportunidade e tentar pará-lo. É difícil, mas quero tentar - conta Vladimir, sem esconder a admiração pelo "parça".
A relação de Vladimir com Neymar é antiga. Começou quando os dois ainda eram moleques.
João Pedro, Vladimir e Neymar brincam no CT Rei Pelé: parceria antiga (Foto: Ivan Storti / Santos FC )
- Nós nos conhecemos desde a base. Temos uma amizade grande. Ele é uma pessoa maravilhosa. A família dele também é incrível. Não tem o que falar. Torço muito por ele, espero que possa conquistar muitos títulos. Mas, na sexta, somos inimigos (risos). Nas conversas, a gente tem falado que vai atropelá-lo, que não vai dar moleza - completa o atual camisa 12 do Peixe.
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No elenco do Santos, poucos eram tão chegados a Neymar quanto o goleiro. No CT Rei Pelé, quando o atacante ainda defendia o Peixe, era fácil encontrar os dois "tirando onda" um com o outro, especialmente quando o camisa 11 resolvia treinar cobranças de falta ou pênalti. Mesmo sem ter o ritmo de jogo de Rafael ou Aranha, Vladimir era quem tinha mais sucesso na hora de parar o astro. O carinho é recíproco. No desembarque santista em Teresina (PI), antes da partida contra o Flamengo-PI, pela Copa do Brasil, Neymar puxou um coro de "É, Vladimir!" junto dos torcedores que receberam a equipe no aeroporto.
O baiano de 24 anos não é exatamente um dos nomes mais conhecidos do elenco junto aos torcedores. Desde que subiu para o time principal, em 2010, ele fez apenas seis partidas - a última delas em dezembro de 2011, na 38ª rodada do Campeonato Brasileiro (derrota por 4 a 1 para o São Paulo). Mesmo assim, ostenta no currículo o tricampeonato paulista (2010, 2011 e 2012) e os títulos da Copa do Brasil (2010), da Taça Libertadores (2011) e da Recopa Sul-Americana (2012).
Opção a Felipe (2010), Rafael (2010 até 2013) e agora Aranha, Vladimir admite que a posição não é das mais cômodas, mas não esconde a satisfação de ter feito parte de um grupo tão vitorioso e de permanecer na Vila.
Arzul (preparador de goleiros) , Aranha e Vladimir: Peixe quer atropelar Barcelona (Foto: Lincoln Chaves)
- É complicado (risos). Só joga um goleiro por vez, ainda mais em um clube como o Santos. Mas é uma grande satisfação ter feito parte dessa galera que fez história. Conquistamos vários títulos juntos. Eles já foram, mas eu pretendo permanecer e ajudar o Santos a reconquistar esses títulos e obter ainda mais glórias - garante.
Último remanescente da "geração Neymar", Vladimir tem contrato com o Santos até 2015 e detém 40% de seus direitos econômicos - o Peixe é dono dos 60% restantes. Apesar do pouco espaço, o goleiro não pensa em deixar o Alvinegro.
- Fui emprestado uma vez ao Fortaleza (em 2009) e chegou a aparecer uma oportunidade para ser emprestado ao Atlético-PR, convidado pelo Adilson Batista. É chato ficar sem jogar, claro, mas a gente tem de respeitar. Eu pretendo permanecer aqui. Só tenho a agradecer ao Santos - conclui.