quinta-feira, 26 de julho de 2012

De Rosis admite 'coração santista', mas vê Atlético-MG como favorito




Rui de Rosis (Foto: Reprodução / TV Tribuna)Rui De Rosis já defendeu Santos e Atlético-MG

(Foto: Reprodução / TV Tribuna)


Rivais desta quinta-feira, às 21 horas, pelo Campeonato Brasileiro, Atlético-MG e Santos são clubes que fazem parte da história do ex-jogador Rui De Rosis. No Peixe, integrou o elenco que, pouco após sua saída, conquistaria o Campeonato Paulista de 1978. Já pelo Galo, fez parte da equipe vice-campeã brasileira de 1980 e do time eliminado de forma polêmica pelo Flamengo na Libertadores de 1981.


Revelado pela Portuguesa Santista no começo dos anos 70 e com passagens também por Palmeiras, Ponte Preta, Coritiba, Botafogo-SP e Inter de Limeira, o hoje comentarista da TV Tribuna não tem dúvidas em apontar o Galo como favorito, mas admite que o coração alvinegro pende mais para o Alvinegro Praiano.


- É evidente que o favoritismo é todo do Atlético. Pela campanha que faz, pela condição em que está no torneio, pelas cinco vitórias seguidas no Brasileirão e devido ao atual embalo. Mas com certeza o lado emocional é para que o Santos saia logo dessa fase ruim, embora reconheça que será difícil uma reação iniciar já nesta quinta - destaca.


Apesar do coração santista, Rui De Rosis é crítico na hora de analisar o atual momento do Santos - após onze rodadas, o Peixe conquistou apenas 10 pontos, a um da zona de rebaixamento. Para ele, o Alvinegro não soube se preparar para a ausência de Neymar durante o período das Olimpíadas.


- O Santos vive um momento difícil. Não em termos administrativos, mas dentro de campo. Acho que faltou planejamento. O Neymar é tão importante que o time sentiu o drama quando ele saiu, não estava preparado para atuar taticamente sem ele no time. Sem o Neymar, o Santos ficou "manco" - avalia.


Alexandre Kalil durante entrevista do Atlético-MG (Foto: Fernando Martins / Globoesporte.com)Pai de Kalil comandou Galo na época de Rui De

Rosis (Foto: Fernando Martins / Globoesporte.com)


Em contrapartida, De Rosis elogiou o momento vivido pelo Atlético-MG. O ex-jogador lembrou que o atual mandatário do Galo, Alexandre Kalil, é filho de Elias Kalil, presidente do clube no período em que esteve em Belo Horizonte. Qualificou, ainda, o Alvinegro de Minas Gerais como um dos "fortes candidatos" ao título brasileiro.


- O Atlético é forte e tem uma torcida contagiante, além de um comando técnico muito bom. O (Alexandre) Kalil é alguém que adquiriu a experiência (administrativa) com o pai (Elias). Trouxe o Ronaldinho para comandar esse grupo, e jogadores que querem e precisam aparecer. Não me surpreende (o Atlético) viver esse momento tão bom. No mínimo, tem condições de brigar pelo título - analisa.


Experiência


As passagens pela dupla alvinegra não foram longas, mas enchem o ex-meia de orgulho. No Santos, por exemplo, De Rosis chegou em 1977 e saiu no começo do ano seguinte. Não à tempo de conquistar o título paulista, mas ao menos de acompanhar o surgimento da primeira geração de Meninos da Vila, com nomes como Ailton Lira, Pita e Juary.


- Foi uma experiência um pouco curta, mas que jogador de futebol no mundo não gostaria de vestir a camisa do Santos? Qualquer atleta se sente envaidecido com essa possibilidade. Pude disputar um Brasileiro, no qual inclusive eu fui muito bem. Depois infelizmente tive um problema no pé e demorei para voltar. Mesmo assim, tive jogos ótimos, em uma época em que a Vila Belmiro ficava realmente lotada - recorda.


Do Peixe, De Rosis foi para o Coritiba e, em seguida, para o Atlético-MG. No Galo, sagrou-se campeão mineiro em 1980, mesmo ano em que viu o título brasileiro escapar para o Flamengo de Zico, Júnior e Andrade. Mas é justamente na passagem pelo time mineiro que o ex-jogador viveu o momento que considera o momento "mais triste" de sua carreira: o adeus à Libertadores de 1981 - também para o Rubro-negro.


As lembranças da eliminação para o clube carioca ainda estão frescas na memória do ex-atleta. Recordações que são um misto de tristeza e inconformismo, em especial pelo polêmico terceiro jogo entre as duas equipes, disputado em Goiânia e marcado pela expulsão de cinco jogadores atleticanos pelo ex-árbitro José Roberto Wright.


- Tínhamos grandes chances de ser campeões (da Libertadores). Joguei nos dois primeiros jogos (empates em 2 a 2). Eu marcava o Zico - ou tentava marcar, essa é a grande verdade - e na segunda partida, no Maracanã, acabei expulso. Então, teve um terceiro jogo em Goiânia, com o Wright expulsando o Reinaldo, o Eder, o Palhinha e o Chicão. Foi uma vergonha - dispara.