quinta-feira, 26 de julho de 2012

Terceiro melhor em torneio mundial e um aprendizado especial com um povo que quer "abraçar" o mundo




Após sete dias, chega ao fim a viagem da equipe Infantil (Sub-15) do Santos FC à China. Na última semana, o técnico Christian Tudisco, junto do gestor Augusto Videira, do supervisor Ricardo Occhiuto, do preparador físico Celso Ponzio, do médico Thiago Ribeiro e do fisioterapeuta Peter Leandro, estiveram com um grupo de 16 garotos em Xangai para a inédita disputa da etapa internacional da Manchester United Premier Cup.


Em sete dias, foram sete jogos, seis vitórias e uma derrota, que acabou custando a vaga na decisão da competição, que, sem dúvida, seria um marco para o Clube e para carreira dos meninos e de nossos profissionais. Entretanto, o Santos FC assegurou o terceiro lugar do torneio, com uma ótima vitória por 2 a 0 sobre a Inter de Milão.


Conservando sempre a posse da bola e jogando um futebol ofensivo, o Peixe foi elogiado por todos os presentes ao evento e foi tido, por diversas vezes, como o grande favorito ao título. Infelizmente, na semifinal, a equipe acabou levando um gol de contra-ataque e viu o Gamba Osaka (Japão) ir à final tão esperada pelos santistas.


A visão da China


Saindo um pouco do foco do campeonato, o Santos FC deparou-se com uma excelente estrutura oferecida pela organização da competição, como o hotel e os campos de jogos e treinamento.


Já a alimentação, mesmo que ela se ela fosse considerada a melhor da China ou Xangai, trouxe diversos problemas a nossos atletas. Carne, frango e peixe à brasileira não existiu. O porco e o frango muito apimentado foram a única opção da chamada ‘mistura’. Para ter uma alimentação próxima ao ideal, os atletas consumiram muito arroz, batatas e frutas, além de carboidratos antes e após as partidas.


Outro fator muito complicado na China é a questão da comunicação. Poucos deles entendem o inglês, e entre os taxistas parece até que é lei não se expressar através da língua mais falada no mundo. Mas isso já é algo que parece estar mudando com a chegada da globalização no País. Um exemplo disso foi encontrado em uma pequena cantina, próxima ao hotel, onde o dono do estabelecimento era um francês casado com uma chinesa. A esposa já consegue atender aos clientes em um inglês arranhado, enquanto a mãe nos apresentou um caderno de inglês básico, o qual ela começara a estudar.


Por esses gestos, percebemos que a população chinesa, ainda muito reprimida em função do comunismo no País, quer estar de braços abertos para os ocidentais. Mas isso é um processo que vai demorar.


Tecnologia e comércio


Xangai foi apresentado ao Santos FC como centro comercial intenso da China. No centro da cidade, shoppings enormes, com as principais marcas do mundo, localizam-se a cada esquina. Além disso, a Oriental Pearl TV Tower, uma torre de 468 metros no centrão de Xangai, abrilhanta a paisagem. O local é aberto ao público e a visitação custa cerca de R$ 60. De lá, é possível ver toda a tecnologia e a arquitetura do novo centro asiático.


Essa tecnologia também tem um ponto à parte quando a luz do Sol dá lugar à noite. Edifícios gigantes, com um show de luzes, mudam a cara de Xangai a partir das 20 horas.


Mas para ter acesso a esses lugares, o principal meio de transporte é o taxi. É um transporte que funciona e é barato. Porém, como já citado, é um sofrimento para turistas, muito em função da falta de comunicação.


Falando ainda sobre taxis, Xangai mostrou-nos um trânsito um tanto quanto maluco para os brasileiros. As ruas são largas e há uma faixa exclusiva para motocicletas e bicicletas. E aqui os motociclistas não conhecem o capacete, muito menos o retrovisor. Fora isso, não há placas de sentidos proibidos e as conversões são permitidas até mesmo no sinal vermelho. A sorte mesmo é que, diferentemente de nós, sul-americanos, eles andam devagar nas vias chinesas. Mas quando a organização acaba, eles não pensam duas vezes em usar as buzinas dos carros e motos. É um barulho de dia inacreditável!


Nossa visão é de um Pais maluco em que precisaríamos de uma motivação muito grande para viver por aqui. Mas temos que respeitar um povo que acolheu o Santos FC com muito carinho e respeito, que em breve, fará o mesmo com o mundo.


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