quinta-feira, 26 de julho de 2012

Laor rebate Muricy sobre falta de planejamento e 'culpa' lesões




PRESIDENTE DO SANTOS ALAOR RIBEIRO (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Luis Alvaro 'culpa' lesões por má fase do time

(Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)


A janela de transferências internacionais se encerrou e o Santos só trouxe Patricio Rodriguez do exterior, em meio a uma sequência de fracassos. A falta de reforços irritou o técnico Muricy Ramalho, que criticou duramente o planejamento da diretoria, mas o presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro discorda e rebate o treinador.


O dirigente, que está de volta das férias na cidade de São Miguel dos Milagres, em Alagoas, lembra que Muricy participou de todas as tratativas, e "culpa" as inúmeras lesões do elenco para justificar a fase ruim do time, além dos desfalques de Neymar, Ganso e Rafael, convocados para as Olimpíadas (o goleiro acabou sendo cortado com uma lesão no cotovelo). Com estas ausências, o Santos viu seu desempenho despencar no Campeonato Brasileiro, no qual tem dez pontos em 11 jogos.


Laor adianta, porém, que isso não significa que o clube "jogou a toalha" no Brasileirão, pois ainda há tempo para recuperação e afirma que, com novas contratações (uma das negociações é a do atacante Rafael Moura), pretende fazer do Peixe novamente um time competitivo.


- Acho que (as críticas do Muricy) estão equivocadas. Houve planejamento, ele participou e fez as indicações dos atletas que queria. Trouxemos alguns e fomos atrás. Houve contusões que não faziam parte do planejamento, absolutamente imprevisíveis, e sabíamos que perderíamos jogadores para a Seleção, porque temos bons jogadores. Se fosse um elenco de perna de pau, não teria convocações. Faz parte do jogo - argumenta o dirigente, que lamenta a falta de sorte pelas várias lesões.


- Não sei o que acontece. Deve ter alguém rogando praga. O sucesso costuma atrair forças negativas, parece que tem uma nuvem negra - completou.


Ainda sobre a ausência de Neymar e a falta que o craque faz ao time, Luis Alvaro recorre ao passado do clube para justificar a dificuldade da equipe e cita o Santos de Pelé como referência - se o Brasil chegar até a final em Londres, o Peixe ficará sem seu astro por mais cinco jogos.



Não sei o que acontece. Deve ter alguém rogando praga. O sucesso costuma atrair forças negativas, parece que tem uma nuvem negra"


Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro



- Ele é insubstituível. A torcida tem de entender que temos o privilégio de ter o melhor jogador do Brasil. Foi assim na época do Pelé. O Santos tinha um monte de jogadores convocados e a gente se arranjava. Saía Coutinho e ficava Toninho Guerreiro, saía Pelé e ficava Abel. É inevitável: todo time de sucesso sofre isso e nós, historicamente, convivemos com isso - afirma.


Apesar da discordar sobre as críticas feitas por Muricy ao planejamento, Luis Alvaro segue a mesma linha do treinador ao comentar a investida por Robinho, do Milan-ITA, admitindo que a transferência ficou próxima de ser concretizada. Além do Rei das Pedaladas, o presidente diz que o clube também esteve perto de repatriar Diego, outro ídolo da geração de 2002, atualmente no Wolfsburg-ALE. Em ambos os casos, o Alvinegro acertou com os jogadores, mas emperrou na conversa com os clubes.


Nem por isso o mandatário fala da "falta de dinheiro" como desvantagem do Santos para contratar jogadores. A justificativa é em cima dos valores pedidos pelos donos dos atletas.


- Os times não querem vender e colocam condições absurdas. Oferecemos números no nosso limite ao Milan, mas depois de vender o Ibrahimovic não queriam perder outro atacante e colocaram um preço alto. Com o Diego foi a mesma coisa: com o atleta não teve problema, mas o time alemão queria colocar uma cláusula que emprestaria o jogador, mas obrigaria o pagamento de uma quantidade absurda de euros quando terminasse o empréstimo de um ano. Não aceitamos. É simples: não gasto mais do que arrecado - explica.


Luis Alvaro cita o histórico de cinco títulos com média de "uma conquista a cada seis meses" para dizer que tem crédito com a opinião pública, e diz que ainda é cedo para avaliar se o Santos perdeu com a reformulação pela qual o elenco passa. No passado recente, saíram Elano, Borges, Alan Kardec, Ibson, Rentería e Maranhão, e vieram Bruno Peres, João Pedro, Miralles, Bill, Patricio Rodriguez, Rafael Galhardo, David Braz, Ewerton Páscoa, Bernardo e Gerson Magrão.


O presidente, por fim, espera não perder mais ninguém até o fim de agosto, data de fechamento da janela de transferências para jogadores que estão de saída rumo ao exterior, mas também promete não se opor à vontade de atletas que manifestem vontade de deixar o Alvinegro.


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