O futuro de Neymar no Santos é incerto. Enquanto ele permanece na Vila Belmiro, a busca pelo parceiro ideal continua. Não necessariamente o que atuará a seu lado no ataque santista, mas aquele com quem dividirá atenções e que dará suporte para o camisa 11 desenvolver o seu melhor futebol. Um posto vago desde a saída de Paulo Henrique Ganso, em setembro do ano passado, e que segue livre às vésperas do segundo jogo da final do Campeonato Paulista, que acontece no domingo, às 16h (de Brasília), diante do Corinthians.
Neymar segue à procura de "escudeiro" no Santos (Foto: Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC)
Quando se consolidou no futebol nacional, em 2010, Neymar tinha o apoio não de um, mas de dois verdadeiros "escudeiros": Ganso e Robinho. Em campo, o entrosamento foi evidente, com o trio marcando 27 gols nos 18 jogos que atuaram simultaneamente - Neymar foi às redes 15 vezes. Robinho foi embora ao final do primeiro semestre, mas Ganso permaneceu, auxiliando em boa parte dos 42 gols feitos pelo astro nas 63 partidas que jogaram juntos desde a saída do Rei das Pedaladas.
O detalhe é que, fora dos gramados, o entrosamento do trio (depois dupla) era tão bom quanto dentro de campo. Além da amizade, a boa fase fez com que Neymar, Ganso e Robinho estrelassem um comercial da Seara (marca que patrocinava o Peixe e a Seleção na ocasião) antes da Copa do Mundo. A parceria chegou ao ponto de Neymar escolher Ganso para ser padrinho do filho, Davi Lucca, e do meia fazer o mesmo com o atacante após o nascimento de Maria Victória.
Postulante ao posto de escudeiro, André posa com
Neymar e Davi Lucca (Foto: Reprodução / Instagram)
O primeiro candidato a novo escudeiro de Neymar foi André , grande amigo do craque, “quarto elemento” do letal ataque santista de 2010 e que pode estar de saída para o Vasco. O atacante voltou ao Santos em agosto do ano passado, mas ainda longe de repetir as boas atuações de três anos atrás: ficou 15 jogos (ou 888 minutos) sem marcar gols e, na atual temporada, perdeu a condição de titular para Miralles . É o atacante que mais atuou com Neymar em 2013 – 17 vezes, mas com apenas três gols.
Em contrapartida, o bom começo de temporada colocou Miralles na briga. Embora não seja exatamente um dos mais próximos a Neymar no dia a dia – até pelo jeito de ser mais fechado –, o argentino iniciou 2013 com seis gols nos sete primeiros jogos, desbancando André. Um edema na coxa esquerda em fevereiro, porém, fez com que perdesse boa parte do Paulistão. O atacante retomou a condição de titular contra o Mogi Mirim, na semifinal do Estadual, mas sem se firmar como dono da camisa 9. Em 11 jogos disputados ao lado de Neymar no ano, foram cinco gols anotados.
Neymar recebe abraço de Montillo: vai dar samba?
(Foto: Reprodução/Facebook)
Outros dois argentinos também postularam ao posto de escudeiros de Neymar. Mais cara contratação da história do Santos (R$ 16 milhões por 60% dos direitos econômicos do jogador), Montillo chegou com a missão de substituir Ganso e dividir as atenções com o atacante. Cinco meses depois, porém, o ex-jogador do Cruzeiro ainda não engrenou, apesar da amizade com o brasileiro fora de campo. Desde que chegou à Vila Belmiro, atuou 19 vezes com o astro, com uma assistência (para o primeiro gol da vitória por 2 a 1, sobre o Oeste).
Já Patito Rodriguez, que chegou ao Peixe impulsionado pela oportunidade de atuar com Neymar e que, desde os primeiros dias na Baixada, firmou-se como um dos mais próximos companheiros do jogador no elenco, ainda cava lugar ao lado do craque dentro de campo. Neste ano, o meia-atacante teve sete oportunidades para atuar com o atacante, mas apenas uma como titular – contra o Flamengo-PI, na Vila, pela Copa do Brasil. O desempenho formando dupla de ataque com o camisa 11, no entanto, não convenceu o técnico Muricy Ramalho.
Companheiro no rachão, Cícero é o mais efetivo até
o momento (Foto: Célio Messias / Agência Estado)
De todos os candidatos a escudeiro, o que mais tem agradado – ao menos dentro de campo – é Cícero . Se não é um dos mais assíduos personagens das fotos que Neymar posta nas redes sociais, o meia, que chegou à Vila Belmiro sem pompa, não demorou a se entrosar com o atacante – com quem, aliás, atua regularmente no mesmo time nos rachões. Sete dos oito gols que marcou em 2013 saíram nos 19 jogos em que jogou ao lado do camisa 11 – o último deles, marcado no clássico diante do Palmeiras, na Vila Belmiro, teve assistência do companheiro.
O discurso de Neymar e de seu pai, Neymar da Silva Santos, é de que o craque permanece no Santos até o final de seu contrato - após a Copa do Mundo de 2014. Até lá, pelo menos por enquanto, o posto de escudeiro "oficial" do craque está vago.