terça-feira, 28 de maio de 2013

Adaptado e em alta, Cícero coloca o Peixe entre os favoritos do Brasileiro


Neymar se despediu do Santos no domingo. Depois disso, o protagonismo outrora centralizado no camisa 11 terá de ser dividido com os principais ex-companheiros dele no Peixe. Cícero é um deles. Vice-artilheiro santista na temporada, com nove gols (atrás apenas de Neymar), o meia reconhece o peso da saída do astro, mas não quer abatimento no alvinegro. Ele, inclusive, afirma que seu comportamento dentro de campo não muda, mesmo sem o atacante.


- Nem preciso dizer que a saída do Neymar é uma pena. Mas o Santos vai ter de seguir a vida. Isso não mudará meu comportamento em campo. Independente de quem joga, tenho procurado fazer o melhor desde que cheguei no Santos, e vou manter isso – garante o meia, segundo jogador que mais vezes defendeu o Peixe em 2013 (28 partidas).


neymar cícero santos gol oeste (Foto: Célio Messias / Agência Estado)Cícero é abraçado por Neymar depois de gol contra Oeste no Paulista (Foto: Célio Messias / Agência Estado)


Neymar, aliás, é um jogador com quem Cícero se deu muito bem desde que trocou o São Paulo pelo Santos, no começo do ano. A estreia do meia na Vila Belmiro, diante do Botafogo-SP, foi um episódio à parte. Na ocasião, a dupla tramou boas jogadas e foi decisiva na vitória por 3 a 0. O camisa 8 não poupa elogios ao craque, ressaltando a inteligência tática do atacante.


- Ele é diferenciado. Se você pega na bola, o Neymar te dá opção sempre. Isso influencia, porque se toca a bola e corre, você recebe de volta, ou ele leva para cima do zagueiro. Ele dá opção durante os 90 minutos. Essa liberdade é importante. Isso é inteligência. (Nosso entrosamento) Foi de saber ler o posicionamento um do outro, saber como se pega na bola, onde vai passar... - explica.


Sem Neymar, Cícero será uma das referências desse novo Santos no Brasileirão. Apesar de reconhecer a necessidade do Peixe apresentar um melhor futebol e independente da perda do craque, o meia santista não tem dúvidas: o time é candidato ao título.


- O Brasileiro é o campeonato mais nivelado do mundo, além de muito qualificado. (O torneio) Sempre começa com aquele ponto de interrogação. Mas todo time grande está sujeito a ser campeão, e a gente sabe que é preciso regularidade para o time vencer nos pontos corridos. Sabemos que temos de melhorar, senão será complicado. Mas se fizermos o que sabemos e entrarmos com qualidade, estamos na disputa, como qualquer outro grande. Vejo o Santos na briga (pelo título) - aposta.


Cícero, meia do Santos (Foto: Lincoln Chaves)Cícero garante estar adaptado a Santos e elogia

cidade (Foto: Lincoln Chaves)


Questão de adaptação


O otimismo de Cícero, mesmo após as fracas atuações recentes e a negociação de Neymar, explica-se pelo retrospecto do time. Nos últimos 19 jogos, o Santos perdeu só uma vez - 2 a 1 para o Corinthians, no primeiro jogo da final do Campeonato Paulista. O meia acredita que a irregularidade passa pela reformulação sofrida do ano passado para cá. No meio-campo, por exemplo, apenas Arouca segue como titular em relação ao Peixe versão 2012.


- Quando se faz contratações novas, há jogadores que precisam de mais tempo de adaptação, outros menos. Às vezes, isso faz com que o rendimento coletivo não encaixe como se quer. Mesmo assim, nós ficamos muito tempo sem perder. Eu gosto de frisar: sabemos que podemos render mais, mas imagina se a gente estivesse bem? (risos). Acho que é questão de tempo. No Brasileiro, acredito que a equipe vai encaixar - aposta.


Adaptação, aliás, não é problema para Cícero - seja dentro ou fora de campo. O meia é só elogios a Santos, cidade em que reside desde janeiro. De casa, onde recebeu a reportagem do GLOBOESPORTE.COM, o camisa 8 destaca, em especial, a beleza das praias santistas.


- Minha adaptação (em Santos) foi muito boa. É uma cidade pequena e tranquila, mas com várias opções. Em um dia de folga, você pode dar uma volta na praia. Não tem lazer melhor do que ir a praia com a família, ver aquela orla. Às vezes, pegar a balsa e passear em Guarujá. Estou bem tranquilo e contente com o carinho da torcida. Até na farmácia já pediram autógrafo (risos). É reconhecimento. Fico feliz - conclui.