segunda-feira, 27 de maio de 2013

Marco Antônio sobre saída de Neymar: 'Gosto amargo de derrota'


Nesta segunda-feira, dia 27 de maio, o futebol brasileiro viu o seu melhor jogador em atividade dizer adeus ao Santos. Oficialmente Neymar assinou contrato com o Barcelona e se tornou jogador do clube catalão pelos próximos cinco anos. Para o comentarista Marco Antônio Rodrigues, a transferência do ex-santista significa uma derrota para o futebol brasileiro em termos de gestão.


- Vejo a transferência dele com uma profunda tristeza, um gosto amargo de derrota. É um episódio que simboliza uma grande derrota para o futebol brasileiro perder seu principal jogador aos 21 anos para Espanha. Quando falo derrota, é a nossa organização, incapacidade de explorar o futebol no Brasil. Real e Barcelona são melhores porque sabem captar melhor, sabem vender o futebol melhor, coisas eu nossos dirigentes não sabem. Nossos dirigentes estão atrasados, não conseguem tirar o futebol brasileiro dessa mesmice. Nós estamos nos comportando como colônia, exportando, no caso, nosso “pé-de-obra”. É um fracasso da gestão do futebol brasileiro – disparou o comentarista, no “Arena SporTV” .



A venda de Neymar para o Barcelona foi definida na última sexta-feira e teria sido fechada por, aproximadamente, 35 milhões de euros (R$ 92,9 milhões). O montante seria dividido entre o Peixe (detentor de 55% dos direitos de Neymar), que ganharia 19 milhões de euros (R$ 50,4 milhões), DIS (que possui 40%) e a Terceira Estrela Investimentos S/A (dona dos 5% restantes).


Mas para Oscar Ulisses, nem só os números atraíram Neymar para a Espanha. Segundo o analista, os novos desafios que virão são um fator importante na decisão do jogador de deixar o Brasil e embarcar rumo à Catalunha, onde terá o melhor jogador do mundo como companheiro de ataque.


- O Neymar foi atraído pela elite da profissão dele. Onde estão os melhores jogadores, a melhor organização? É na Europa. Pelo talento dele, não tinha como impedir esse caminho natural na vida do Neymar. Acho que o Brasil até teria condições de segurar o Neyma, mas a elite do futebol não está aqui. E o Neymar é a elite. Se ficasse aqui iria ter todo dia a mesma pergunta quando você vai, acho que ele tomou a atitude certa. Foi atraído por essa competência que a gente não tem.


neymar reunião santos (Foto: Marcelo Hazan)Neymar em seu escritório após assinar com o Barcelona (Foto: Marcelo Hazan)


Com a experiência de ter jogado na Europa por oito anos e ter feito um dos gols mais importantes da história do Barcelona, que valeu ao clube catalão a Copa dos Campeões em 2006, Belletti diz que só o Barcelona cuida do atleta e também se preocupa, em igual medida, com a figura humana fora das quatro linhas.


- No Brasil ele conquistou tudo que poderia. Ele é o melhor do Brasil e tem que estar com os melhores. Não pode jogar para oito, dez mil pessoas no Brasil. O Neymar tem que jogar para 90 mil pessoas, que é a capacidade do Camp Nou. O evoluir como pessoa é que em alguns momentos ele fica mais preocupado com o que acontece fora de campo. E isso é absolutamente normal para quem chega ao sucesso muito cedo. O que o Barcelona ajuda que os outros times não: a manter os pés no chão nessas horas. O Messi é o melhor do mundo há tantos anos por conta do suporte que ele tem fora de campo. Iniesta e Xavi são os melhores porque essa regularidade é exigida e ensinada, não fazer duas temporadas boas só e viver do que fez no passado – concluiu Belletti.