terça-feira, 28 de maio de 2013

Geninho alerta para problemas que Muricy terá após saída de Neymar


Geninho em Santos (Foto: Lincoln Chaves / Globoesporte.com)Geninho comentou sobre problemas que Muricy

deve enfrentar no Santos (Foto: Lincoln Chaves)


Com quase 30 anos de carreira como técnico de futebol, Geninho sabe bem o que aguarda o Muricy Ramalho no Santos, após a saída de Neymar para o Barcelona. Atualmente sem clube, o treinador veterano comentou sobre o que o comandante do Alvinegro Praiano terá de enfrentar com a perda do atacante.


- No Brasil, o bom jogador logo é negociado. O Neymar acabou se tornando até uma exceção à regra. Ficou muito mais tempo do que muita gente achava. Mas era iminente uma saída. O treinador tem de estar preparado para isso. Ele tem que preparar um substituto, um esquema de jogo sem esse jogador, procurar uma reposição, se não dentro do que ele tem no elenco, uma provável contratação. De preferência, com a característica que ele ache interessante para suprir a saída do Neymar. Mudar o esquema de jogo se necessário. Acho que tudo isso passa pela cabeça do Muricy.


Segundo Geninho, será necessário uma reestruturação da equipe. Para ele, quando isso acontece no início de uma competição, como o Campeonato Brasileiro, se torna fácil a realização do trabalho. Ele lembrou sua passagem pela Portuguesa, no ano passado, como exemplo.


- Quando você pega uma estruturação no início, ela é mais fácil de se fazer. Você começa um campeonato, vai montando um time. Eu passei por isso ano passado em relação a Portuguesa. Nós montamos um time com o Campeonato Brasileiro andando. Mas é mais fácil.


Mas, ele cita que nem sempre esse período de transição se dá tranquilamente. Geninho citou o momento atravessado por ele no Corinthians, em 2003.


- Eu passei por uma situação muito ruim no Corinthians, em 2003. Nós fomos campeões paulistas e, após sermos eliminados na Libertadores, o time se desmanchou praticamente. Quase 90% daquele time foi vendido com o Campeonato Brasileiro rolando. Eu perdia jogador às vésperas do jogo. Eu treinava um time na semana, quando chegava na sexta-feira ou no sábado, recebia a notícia que o jogador tinha sido negociado. Eu não tinha nem tempo de treinar alguém no lugar. Foi aí que acabou surgindo o Jô, com 16 anos, Betão, Abuda, Coelho e vários jogadores. Então, este tipo de reformulação é difícil.


Por fim, Geninho cita outra dificuldade que Muricy Ramalho poderá enfrentar: a pressão da torcida por resultados.


- É mais difícil porque o torcedor, por mais que a gente divulgue, tente conscientizar, ele não entende. Ele quer ver o time dele ganhar. Ele não quer saber quem está lá dentro. O que vai entrar em campo é a camisa do clube. Então, os resultados são importantes para a cobrança que o torcedor tem. Não é fácil passar por um período de reformulação.