A relação entre Paulo Henrique Ganso e Santos ficou definitivamente abalada. As duas partes saíram estremecidas, após mais um fracasso nas inúmeras tentativas de renovar o contrato do meia. Além de ficar desapontado, segundo ele, pela falta de valorização, já que possui o segundo menor salário entre os titulares, Ganso também não gostou da falta de reconhecimento pelo esforço para jogar as semifinais da Libertadores contra o Corinthians - 19 dias depois da artroscopia no joelho direito, ele entrou em campo.
Chateado com o presidente Luis Alvaro Ribeiro, que disparou contra ele durante esta semana, Ganso agora se concentra em recuperar a forma física para os Jogos de Londres defendendo a Seleção. Apesar de apto, comissão técnica, departamento médico e o próprio atleta decidiram que ele não participará do jogo deste domingo, contra o Grêmio, na Vila Belmiro, pelo Brasileiro. A alegação: Ganso precisa recuperar a forma física.
Ganso, durante treino no CT Rei Pelé, em Santos (Foto: Marcos Ribolli / globoesporte.com)
Se no início os dois lados pareciam alinhados para enfim acertar a renovação, sem a presença da DIS, empresa responsável por gerenciar a carreira do meia e que trava disputa judicial com o Santos, tudo foi por água abaixo pelo vazamento de informações na imprensa. Tanto Ganso quanto o Peixe desconfiaram que o outro lado passava detalhes da negociação para os jornalistas com a intenção de tumultuar as conversas.
No Alvinegro, o motivo apontado para o fim do acordo seria o suposto pedido de R$ 1 milhão feito pelo meia, informação veementemente negada por três pessoas que convivem e trabalham com Ganso. Em contrapartida, pelo lado do craque, a informação é de que os aproximadamente R$ 400 mil oferecidos, com participação do clube nos direitos de imagem inclusos, não agradaram - atualmente, o atleta recebe R$ 130 mil.
Após não entrarem em acordo em reunião realizada na última segunda-feira, ficou decidido que as partes voltariam a conversar depois dos Jogos de Londres. Caso surgisse uma proposta, todos analisariam os valores e o Peixe sinalizava com a possibilidade de venda. Mas as duras críticas feitas por Laor chatearam o jogador. E se chegar uma boa proposta, ele será vendido. O problema é que, até o momento, nada concreto chegou. O atleta sabe que só se destacando pela Seleção voltará a ficar em evidência.
Apesar de não estar 100% fisicamente, o "maestro" deve chegar no auge para os Jogos, de acordo com o médico Rodrigo Zogaib.
- Todos sabem que ele não estava no auge da performance para enfrentar o Corinthians, mas foi uma opção conjunta de utilizar. Ele ainda não está totalmente bem, mas acredito que tem condição de chegar bem competitivo (em Londres). Ainda antes (dos Jogos) pode estar 100% - afirma Zogaib, que conversa constantemente com o médico José Luiz Runco, da Seleção, ciente de tudo.
O meia segue fazendo reforço muscular, fisioterapia e alongamento. Durante a semana, a carga de treinamentos foi diminuída para que o atleta não fosse submetido a grandes esforços, que poderiam comprometer sua reabilitação.
Seu contrato com o Alvinegro vale até fevereiro de 2015 e a multa rescisória está avaliada em € 50 milhões de euros (R$ 126,5 milhões). A DIS possui 55% dos direitos do meia e o Peixe é dono dos outros 45%.
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