Neymar vive um dilema na carreira. Com contrato até 2014, o atacante do Santos voltou a aparecer nas capas de jornais estrangeiros sobre o futuro dele e a possível transferência para o Barcelona ou o Real Madrid. Diante do interesse na estrela santista, o jornalista Carlos Eduardo Mansur, de O Globo, acredita que o Peixe fez péssimo negócio em manter o jogador no elenco e não ter ampliado o contrato para além da Copa do Mundo do próximo ano.
- É difícil o mercado pagar multa por um jogador a um ano do fim do contrato. É direito do clube não liberar. Eu acho um péssimo negócio o Santos ter mantido o Neymar esse tempo todo e liberar de graça após a Copa do Mundo. É uma convivência que deveria ter sido conduzida para um acordo com o jogador de saída após a Copa do Mundo, mas com uma extensão prévia de contrato que permitisse uma saída melhor. É um jogador que poderia representar, ao sair, uma continuidade da vida do clube muito diferente da que deve acontecer. É lógico que, para o futebol brasileiro, o Neymar abrilhantou competições - o Santos ganhou Libertadores. Agora a condução do processo é que eu acho que o jogador poderia assegurar um futuro de clube diferente para o Santos. Ele poderia ser um divisor de águas em termos até de estruturar o clube.
Barcelona e Real Madrid tentam a contratação de Neymar (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Barcelona e Real Madrid enviaram representantes ao Brasil para tentar negociar com a estrela santista. Representantes do clube merengue chegaram ao país no último sábado e procuraram o Peixe para marcar uma reunião, mas a diretoria rechaçou o encontro antes da final do Campeonato Paulista contra o Corinthians, disputada no domingo - o Alvinegro ficou com o vice, após empatar por 1 a 1. A reunião deve ser marcada para esta semana.
O clube catalão também esteve com o vice-presidente do Peixe, Odílio Rodrigues, na Espanha, durante a viagem do dirigente na semana passada. O Barça, inclusive, fez uma oferta de € 18 milhões (R$ 46,9 milhões), recusada e considerada "ridícula" por dirigentes santistas, que querem € 50 milhões (R$ 131 milhões) para liberar o camisa 11. Entretanto, o clube paulista não deve conseguir convencer o Barça a pagar muito mais do que a proposta inicial, pois os espanhóis partem do princípio que a multa rescisória de Neymar, avaliada em € 65 milhões (cerca de R$ 169,7 milhões), é referente aos três anos de duração de seu atual contrato. Como resta apenas um ano de vínculo, o clube pagaria até um terço do valor: € 21,6 milhões (R$ 56,4 milhões).
Os direitos econômicos de Neymar são divididos entre Santos (55%), DIS (40%) e Terceira Estrela Investimentos S/A, Teisa (5%).
