terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Gangorra: quem termina 2014 em alta e em baixa no futebol brasileiro


Um ano dominado pelos mineiros e marcado pelo maior vexame da história da Seleção. Em uma frase, assim pode ser resumido o futebol brasileiro em 2014, nos seus acontecimentos mais importantes. Mas o surgimento de novos protagonistas, o ressurgimento de técnicos veteranos, as revelações do ano, tudo isso não pode ser descrito assim, de maneira tão resumida.


Há quem tenha ressurgido como protagonista, como Levir Culpi e Vanderlei Luxemburgo; quem tenha se afirmado, como Marcelo Oliveira, Diego Tardelli e a dupla Éverton Ribeiro-Ricardo Goulart; e há também quem termine o ano em baixa, como Maurício Assumpção, presidente que assumiu a responsabilidade pelo rebaixamento do Botafogo. Confira quem subiu e quem desceu no futebol brasileiro em 2014.




Marcelo Oliveira e Levir Culpi

Um foi bicampeão brasileiro pelo Cruzeiro. O outro assumiu o Atlético-MG no meio da temporada e conquistou a Copa do Brasil. Os técnicos dos grandes mineiros exibiram um futebol vistoso, terminam o ano de bem com a torcida e com contratos renovados.


Diego Tardelli

Autor do gol do título do Atlético-MG na Copa do Brasil, líder do ranking do Troféu Armando Nogueira, dono da camisa 9 da Seleção e autor dos dois gols da vitória no clássico diante da Argentina. Tardelli teve um segundo semestre impecável e termina o ano como melhor atacante brasileiro em atividade.


Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart




Amigos e vizinhos, os dois foram fundamentais na conquista do título brasileiro. Éverton Ribeiro, com 11 assistências, foi o maior garçom do nacional. Ricardo Goulart, com 15 gols, foi, junto com Marcelo Moreno, artilheiro do time na campanha. Ambos chegaram à seleção brasileira após a Copa do Mundo.


Vanderlei Luxemburgo

O Flamengo era último colocado do Campeonato Brasileiro até a nona rodada, quando Vanderlei Luxemburgo assumiu o cargo. A partir de então, passou a acumular bons resultados, incluindo uma sequência de cinco vitórias, e saiu da zona da confusão, termo popularizado pelo próprio Luxemburgo.


Erik

O atacante de 20 anos começou o ano na reserva do Goiás. Ganhou espaço no Brasileirão, marcou 12 gols e se transformou em um dos principais jogadores da equipe. Foi eleito a revelação do campeonato por jornalistas, técnicos e jogadores.


Lucas Lima




Contratado junto com Leandro Damião, Lucas Lima chegou ao Santos quase em silêncio, mas logo tomou conta do meio-campo e se tornou um dos principais nomes da equipe no Brasileirão, com três gols e seis assistências.


Futebol catarinense

Com o título da Série B do Joinville e a promoção do Avaí, Santa Catarina terá quatro representantes na Série A, mais do que o Rio de Janeiro. Figueirense e Chapecoense conseguiram se manter na elite, e o Criciúma foi rebaixado.


Goleiros

A média de gols do Brasileirão foi de 2,26, a menor desde 1991 (2,21). E os goleiros tiveram sua parcela de culpa. Brilharam nomes consagrados, como Jefferson e Fábio, e novatos, como Alisson, do Inter. Marcelo Grohe, do Grêmio, se firmou entre os melhores do país, e Rogério Ceni, animado com o desempenho, decidiu prorrogar a carreira para jogar a Libertadores.


Guerrero


Alvo da torcida corintiana na invasão do CT do clube em 2013, Guerrero voltou a viver um grande momento no Corinthians em 2014 e fez gols em vitórias decisivas para que o Timão se garantisse na Libertadores, contra Grêmio, Internacional e São Paulo.


Paulo Henrique Ganso

Após um 2013 irregular, Ganso fez um bom Campeonato Brasileiro. Liderou o São Paulo em assistências, com oito, marcou cinco gols e foi participativo em campo, sendo o terceiro maior ladrão de bolas do time com 54 roubadas de bola em 34 jogos.


Felipão

Começou o ano como técnico da Seleção, cotado para conquistar o título mundial. Após os 7 a 1 para a Alemanha, assumiu o Grêmio e até começou bem, mas não conseguiu a classificação para a Taça Libertadores.


Jô e Leandro Damião


Convocados para a Copa das Confederações em 2013 (o primeiro substituiu o segundo), não tiveram um ano bom. Reserva na Copa do Mundo, Jô terminou o ano afastado pelo Atlético-MG, e Damião, na reserva do Santos.


<b>Maurício Assumpção</b>

Elogiado nos últimos anos por contratar Seedorf e levar o Botafogo de volta à Libertadores após 18 anos, Maurício Assumpção deixa o clube com uma dívida ainda maior do que tinha quando ele assumiu e rebaixado para a Série B do Brasileirão.


Walter

Um dos grandes reforços do Fluminense para a temporada emagreceu e teve alguns lampejos, como no clássico contra o Flamengo, pelo estadual, e na goleada sobre o São Paulo. Mas voltou a brigar com a balança no segundo semestre e foi para a reserva, reclamando por mais de uma vez.


Futebol baiano


Bahia e Vitória flertaram com a zona de rebaixamento durante todo o Brasileirão e caíram para a Série B juntos, assim como foram rebaixados para a Série C em 2005. E o Nordeste terá apenas o Sport como representante na elite nacional em 2016.


Ney Franco

Após boa campanha com o Vitória em 2013, Ney Franco não conseguiu bons resultados com o Flamengo e deixou o clube na lanterna do Brasileirão na nona rodada. De volta ao Vitória, foi rebaixado. Reconheceu que seu trabalho ficou abaixo do esperado ("inclusive por mim").


Portuguesa

Rebaixada por um erro ao escalar Héverton, a Lusa teve um ano catastrófico. Caiu com antecedência na Série B e ficou com a lanterna, com 25 pontos. Em 38 partidas, venceu apenas quatro.


Trio de goleiros palmeirenses

Fernando Prass fez um bom Campeonato Brasileiro, mas disputou apenas 15 partidas. Nas outras 23, foi substituído por pratas da casa - Fábio, Deola e Bruno - que não tiveram um bom desempenho, falhando com frequência. A diretoria precisou agir e contratou Jailson, então reserva no Ceará.


Vasco


O orçamento muito maior do que seus concorrentes não foi suficiente para garantir vantagem em campo. O time fez trajetória diferente da de outros grandes - como Palmeiras, Corinthians, Atlético-MG e o próprio Vasco, em 2009 - e voltou para a Série A sem a taça de campeão, no terceiro lugar. Foi vaiado pela torcida e chamado de sem vergonha no jogo que garantiu o acesso, na última rodada.


Paulo Baier

Protagonista na campanha que levou o Atlético-PR à Taça Libertadores em 2013, Paulo Baier voltou ao Criciúma, clube pelo qual foi campeão da Série B em 2002. Terminou o ano rebaixado, na reserva e dispensado pela diretoria.