Bruno Cassucci
Publicada em 05/07/2012 às 19:17
São Paulo (SP)
Após conversas, negociações, propostas e contrapropostas, Santos e Paulo Henrique Ganso não chegaram a um acordo e encerraram as tratativas para a renovação contratual do meia. O jogador, que tem vínculo com o Peixe até 2015, não aceitou a oferta salarial de R$ 420 mil feita pelo clube, pediu cerca de R$ 1 milhão mensais e "cansou" os dirigentes alvinegros.
Cartolas santistas, que consideram Ganso e seu estafe maus negociadores, entendem que propuseram um valor acima da realidade do mercado brasileiro e que o jogador não chegaria ao salário desejado nem se jogasse na Europa. Irritados com a novela, que segue desde o segundo semestre de 2010, os dirigentes desistiram da renovação e já aceitam negociar o meia. O "problema" é que ainda não chegaram propostas pelo Maestro.
Interromper as conversas para renovação contratual também é um artifício do Santos para "forçar" Ganso a voltar à boa fase. A cúpula alvinegra entende que, ganhando menos do que acha que merece, o meia irá se motivar jogar bem novamente a fim de despertar a atenção de clubes europeus. Afinal, "com o que vem jogando, ele só receberá ofertas da China, Rússia e centros menores", dizem os cartolas.
- As negociações ainda não tiveram êxito, mas não temos pressa, o Ganso tem contrato até 2015 - diz Odílio Rodrigues, vice-presidente santista.
O descontentamento é de ambas as partes. Se o Santos não fala abertamente sobre o assunto, o meia aproveita as oportunidades na mídia para mandar recados para a diretoria. Foi assim no último domingo, após atuação apagada no empate com a Portuguesa.
- Acabei não gostando (da proposta de renovação), achei que viria coisa melhor. Independente disso, tem que estar tranquilo para jogar futebol e as coisas acontecerem normalmente - disse.
Apesar de ter sido pai pela primeira vez no último mês, Ganso não descarta deixar a filha no Brasil e se transferir para a Europa. Embora a multa rescisória do jogador para clubes do exterior seja de 50 milhões de euros (cerca de R$ 129 milhões), o Santos aceitaria negociar o atleta por valor menor. O clube tem 45% dos direitos econômicos do meia e o grupo DIS a parte restante.
