Campeão do mundo em 1970, quando teve a honra de levantar o símbolo máximo da conquista, a taça Jules Rimet, Carlos Alberto Torres fala com conhecimento de causa sobre o que é preciso fazer para ser campeão. O 'capita' diz que uma das primeiras medidas da dupla Luiz Felipe Scolari/Carlos Alberto Parreria deveria ser acabar com o oba-oba em torno da Seleção.
- O Brasil sempre será favorito para ganhar. Mas isso não dá o direito de pensar que vai ganhar de véspera, como estão dizendo aí. Temos que preparar bem a Seleção, esquecer esse negócio de que temos que ganhar porque a Copa é no Brasil. Isso aí dá mais pressão em cima do jogador. Jogador tem que ser bem orientado – explicou Carlos Alberto, para depois continuar.
- Por exemplo, o Neymar . Esse garoto precisa ser orientado. É um jogador que desequilibra o jogo, em um lance decide. Tem que ser orientado. Falar para ele que se ele ficar estático no lado esquerdo, será facilmente marcado. Tem que se movimentar, não ficar parado. Não está dando certo aqui, vai para a direita, vai para o meio, busca o jogo na intermediária, se movimenta o tempo todo que aí vai confundir a marcação adversária e abrir espaço para outros jogadores de capacidade como Lucas, Oscar, Fred, de chegarem e definirem uma jogada de gol – aconselhou.
Apesar de cobrar um crescimento e uma experiência da maior estrela do futebol brasileiro na atualidade, Carlos Alberto Torres rechaça qualquer possibilidade de pedir que Neymar se transfira para a Europa, como pedem muitos.
- Nós tivemos jogadores em outras épocas que nunca atuaram fora e foram decisivos. O Pelé nunca jogou fora e ajudou o Brasil a ganhar três Copas do Mundo. O Neymar, nesses amistosos, inclusive, se tiver dedicação maior, vai observar como os adversários jogam. Tem que observar como o adversário joga. Ele será uma grande figura na Copa do Mundo, mas isso não é o suficiente para ser campeão do mundo - finalizou.
Neymar é seguido de perto por Cleverley na derrota do Brasil para a inglaterra (Foto: Getty Images)
