terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Sociólogo afirma que extinção das organizadas não é um bom caminho


Estudioso da violência no futebol brasileiro, o sociólogo Maurício Murad esteve no na tarde desta terça-feira, dia 26, em meio a todo o problema ocorrido em função da morte de um torcedor boliviano de 14 anos, chamado Kevin Espada, durante partida entre Corinthians e San José, em Oruro, na Bolívia, pela Taça Libertadores. O menor H. A. M., de 17 anos, que confessou ter sido o responsável por disparar o sinalizador que matou o adolescente boliviano, é integrante há dois anos da torcida organizada Gaviões da Fiel. Murad pede medidas preventivas e repressivas diante das organizados, mas não a extinção delas.


- A extinção não (seria um bom caminho). Defendo que precisamos de um plano nacional de segurança para o futebol, que implica em três grandes momentos e três conjuntos de medidas interligados - destaca o estudioso, para em seguida detalhar cada um desses conjuntos através de determinadas medidas.


Torcida Corinthians Gaviões da Fiel Mundial Al Ahly (Foto: Daniel Romeu / globoesporte.com)Menor de 17 anos, que assumiu crime, é integrante da Gaviões da Fiel (Foto: Daniel Romeu / globoesporte.com)


- (É preciso) medidas de curto prazo e repressivas, como, por exemplo, a prisão, levar o processo até o fim, e que as punições sejam garantidas dentro da legislação. Medidas de médio prazo, de prevenção, como, por exemplo, controle das redes sociais. A prevenção é em torno de sete vezes mais barata, eficaz e mais rápida do que a punição. E medidas de longo prazo, de caráter reeducativo, para mudar esse cultura das organizadas, de machismo, exclusão e intolerância à diferença.


Maurício Murad ainda informa um dado que julga "estarrecedor": o Tribunal de Contas da União, ao avaliar os processos criminais no Brasil, incluindo-se os do futebol, concluiu que 95% deles não são finalizados.


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